Autor

Inspector Lima

 

Data

Setembro de 1982

 

Publicação (em Secção)

Clube Xis [2]

 

 

“O CASO QUE HOJE VOU NARRAR…”

Inspector Lima

 

O caso que hoje vou narrar passou-se há já vários anos.

Encontrava-me no meu gabinete quando recebi um telefonema da firma Encarnação & Fonseca; tinham morto Rogério da Encarnação. Imediatamente dirigi-me para a séde da firma, um primeiro andar moderno, sinal evidente que os negócios iam prósperos.

Desci junto à porta do prédio e mandei o carro buscar os técnicos. Por várias vezes toquei à campainha, mas em vão, pois só me vieram abrir a porta depois de dar alguns murros.

O corpo de Rogério da Encarnação jazia no solo, junto à parede, as mãos atadas atrás das costas com um fio eléctrico. O fio, sem resguardo e ligado a uma tomada de corrente fora a causa da morte.

A sala, era pequena, com uma única porta, aquela por onde o criminoso entrara. Segundo o médico legista, o industrial antes de ser amarrado, tinha sido agredido na nuca e por isso encontrava-se inconsciente quando foi electrocutado. A morte ocorreu cerca das 20 horas.

Como suspeitos de haverem provocado aquela morte haviam Carlos da Fonseca, sócio da firma, e a esposa do Encarnação, Maria Luísa.

O primeiro, afirmou ter ido ao escritório do sócio, naquele dia cerca das oito horas, mas encontrara a porta fechada. Batera por diversas vezes, e como ninguém lhe respondera, foi-se embora. Ao abandonar o edifício, cruzara-se com a D. Maria Luísa, no hall.

A esposa do morto disse que na realidade encontrara o Fonseca no hall do edifício. Tinha combinado com o marido ir jantar ao restaurante e por isso ia buscá-lo. Quando chegou junto do escritório do marido, e como a porta se encontrava encostada, entrara e ao acender a luz vira o marido morto. Não mexera em nada e telefonara-me logo, da cabine que se encontra do outro lado da rua.

Decerto que o leitor já sabe quem foi o assassino. Portanto, só terá o trabalho de escrever o que o levou a tal conclusão.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO