Autor Data 3 de Dezembro de 1981 Secção Mistério... Policiário [332] Competição Torneio
“Do S. Pedro ao Natal” Problema nº 10 Publicação Mundo de Aventuras [425] |
FANTASMA… OU QUASE Inspector Martelada Era
esta a notícia que «O Primeiro de Janeiro» inseriu na 1ª página, no dia 27 de
Abril: Assaltado
o museu Alberto Sampaio GUIMARÃES – Permanece envolto em
mistérios o roubo de uma valiosa jóia exposta no
museu Alberto Sampaio, em Guimarães. A crer em notícias chegadas à nossa redacção, não se vê como foi possível, ao larápio ou
larápios, a sua introdução no museu_ A Polícia Judiciária procede a
investigações. –
Sim, é verdade, sr. inspector! Eu estive sempre à porta e como várias
pessoas afirmaram, às 19 h. a pulseira ainda lá
estava… Ora eu, a partir dessa hora, posso afiançar-lhe que ninguém entrou
nem saiu. –
Há qualquer outra via de entrada para o museu? –
Sim, há várias portas e janelas. Mas o que sucede é que eu, pouco antes da
hora a que o museu fecha e isso é às 19 h., certifiquei-me de que todas
estavam fechadas e liguei o sistema de alarme. Assim, quando as últimas
pessoas saíram, só tive a preocupação de me pôr a guardar a porta da entrada,
até ao último visitante, a senhora forte, do carro cinzento… –
Todas as janelas são abrangidas pelo sistema de alarme? –
Todas… ou melhor, há uma espécie de respiradouro nos
lavatórios, que não é abrangido. Mas como mede 20 cm. X 20 cm., seria um cuidado desnecessário… O
inspector Martins coçou o queixo, preocupado… Na
sua inspecção ao local já estranhara uns
misteriosos rasgões no veludo da almofada em que era exposta a jóia. A almofada tinha caído ao chão, mercê dalguma força
exercida sobre ela, da coluna em que se encontrava e que media 1 m. de altura. Era intrigante. Quase se sentia inclinado a
pensar num fantasma… A não ser que a testemunha que tinha prestado
declarações, o guarda José Silva, tivesse mentido. Talvez… Conivência?… Tudo
era possível! Naquela
casa vivia-se um ambiente de luxo, que não passou despercebido ao inspector, mal este pisou as fofas alcatifas. Mas da
admiração das alcatifas passa à surpresa, ao verificar que uma espécie de
novelo, roliço e felpudo não podendo resistir ao brilho da sua cigarreira,
lha tinha furtado… Em
breve apareceu uma senhora gorda, trazendo ao colo uma esperta e brincalhona
gatinha… e a cigarreira… –
Peço que desculpe a «Duquesa», inspector! –
Não tem importância. Vim… –
Eu sei… E como creio ter sido a última pessoa a sair, posso assegurar-lhe que
aquela jóia (oh… eu adoro jóias!), estava lá à hora a que o museu fechou. E fui logo ao
carro pois tinha lá fechado o meu animal de estimação há mais de meia hora.
Talvez mais… Mas… –
Obrigado, minha senhora… estou satisfeito… –
Sim, ao aproximar-se a hora de saída, o guarda, como é habitual, esteve
sempre à porta. Quanto a essa senhora forte, lembro-me que parou o carro em
frente à minha loja e depois de ver se as portas estavam
bem fechadas, abalou para o museu, mas confesso que não reparei se entrou e
saiu. Mas posso dizer-lhe que não tinha armas no carro, pois vi-lhe o
interior. O carro estava vazio!… – riu-se. A senhora
só voltou para o carro às 19 h. e 20 m. –
Os depoimentos da srª Manuela da Silveira e a do
droguista Mota, levantaram o véu, inspector? – perguntou o
sargento Garcia. –
Sim… Já sei quem foi o ladrão e como entrou no museu… –
Não me diga!… –
É verdade! É até um caso bem simples… Não direi banal… nem elementar, a
lembrar o bom do bonacheirão Watson, mas, com muita paciência e perseverança
consegue-se… Isto é… faz lembrar a «A Faixa Pintalgada»… O melhor é cortarmos aqui o diálogo
para perguntar a todos os nossos leitores: 1
– Como acha que foi praticado o roubo e por quem. 2
– Exponha convenientemente como chegou a essa conclusão. |
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© DANIEL FALCÃO |
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