Autor Data Maio de 2004 Publicação (em Secção) |
ONDE ESTÁ O GATO? Inspector Moisés O
polícia, meio sonolento, no seu giro habitual, esfregou ambas os olhos com as
mãos frias, quase geladas, e depois deitou a correr como um louco… Não!
Não se tratava de uma visão! Era de facto um homem que saltava o gradeamento
do pequeno muro da vivenda, quase ao fundo da rua, e se punha em fuga, em direcção à próxima transversal! Mais ágil, mais forte,
não foi difícil ao nosso homem, umas centenas de metros abaixo, alcançar o
fugitivo, que, em vão, se debateu ainda, de início, tentando escapulir-se… A
campainha fez-se ouvir e o afilhado dos donos da casa pouco demorou a abrir a
porta. Estava só. Os padrinhos haviam saído para a província. Os criados,
dispensados, enquanto eles não regressassem. Chegara
momentos antes e ainda pudera ouvir o ruído da fuga desordenada do ladrão,
pelas traseiras do edifício… Se tivesse vindo um pouco mais cedo, talvez o
apanhasse em flagrante! Estava já para telefonar para a Polícia! A
casa fora revolvida quase totalmente; havia muitas preciosidades partidas em
consequência da busca precipitada de valores facilmente convertíveis… Entraram
todos no escritório, onde era visível a mesma desarrumação. Dirigiu-se ao
cofre a abriu-o. Estava vazio! Estupefacto, assobiou prolongadamente… Vinte
contos em dinheiro! O que o padrinho iria dizer!... O
homem negou! Negou sempre, toda a noite, e terminantemente! Entrara em casa,
sim, mas apenas para comer… Não tocara em dinheiro!... Fizeram-se
buscas. Em todos os cantos, por toda a casa, de alto a
baixo, no jardim, até no caminho que havia levado com o polícia, para
a esquadra! Inclusive, na própria prisão, onde sempre esteve sozinho! Nada!
Os vinte contos não apareceram! 1)
Onde julga que se poderão encontrar? 2)
Porquê? 3)
Como pensa que se tenha passado tudo aquilo? |
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|