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Autor Data 22 de Abril de 2018 Secção Policiário [1394] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2018 Prova nº 2 – Parte II Publicação Público |
Solução de: O CASO DA MORTE DE ELISA Inspetor Boavida Resposta correta: alínea D)
Homicídio praticado por Carlos Marques. As hipóteses de acidente e
suicídio estão à partida excluídas, uma vez que o subchefe Pinguinhas
encontrou a janela do gabinete da secretária fechada, o que significa que
alguém a fechou depois de Elisa ter voado dali para o lajedo das traseiras do
edifício. E uma vez que esta não se atirou pela janela voluntariamente, a
missiva encontrada por cima do teclado do seu computador não terá sido escrita
por ela, mas por alguém que pretendeu encenar um suicídio que encobrisse o
homicídio por si cometido. Mas quem terá cometido o
assassinato, Carlos Marques ou a sua mulher? É plausível que esta tivesse
tido conhecimento do caso de infidelidade do marido com a secretária, mas não
há nada que indicie a sua intervenção no homicídio em momento algum do
enunciado do problema. Por outro lado, esta não estava na empresa à hora do
crime, que ocorreu depois das 20h00 (Pinguinhas deslocou-se ao local da ocorrência
“após uma jornada intensa de trabalho quase ininterrupto de dez horas,
iniciada às dez da manhã”), numa altura em que a empresa já se encontrava
encerrada ao público e todos os funcionários já haviam abandonado as
instalações, à exceção de Elisa. Aliás, o subchefe
“certificou-se de que ninguém estava nas instalações e que tudo se
apresentava isento de indícios de associação ao ocorrido”, quando percorreu
os três pisos na companhia do sócio-gerente da empresa. E se não estava mais
ninguém nas instalações, só pode ter sido Carlos Marques o autor do
homicídio. Este foi aconselhado pelo subintendente Pezinhos a não tocar em
nada e a esperar pelo seu subordinado (subchefe Pinguinhas) à porta da loja,
o que confirmou ter feito. Mas, na verdade, ele mente, pelo que tem muito a
explicar. Talvez a explicação passe por eventuais exigências de Elisa, uma
das suas muito comentadas conquistas amorosas, a que ele não aceitou ceder,
decidindo pela sua eliminação para não comprometer o seu casamento. Carlos Marques empurrou-a,
então, pela janela do gabinete e depois encenou o suicídio, escrevendo uma
carta de despedida em nome de Elisa Fagundes (a letra trémula, que aos olhos
da justiça poderia significar um estado extremo de nervosismo de quem a
escreveu, mais não era do que a paulatina tentativa de imitação de uma
caligrafia que o sócio-gerente da empresa conhecia muito bem). Só que cometeu
o erro de fechar a janela e de admitir não ter mexido em nada, confirmando
ter ficado à espera do subchefe Pinguinhas à porta da loja, como lhe
aconselhou o subintendente Pezinhos. |
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© DANIEL FALCÃO |
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