O Conde é um
sonhador
Mau grado o seu
ar solene
E adora com
fervor
A bela deusa
Selene.
Qual pastor
adormecido
(Edímion, da lenda grega)
Finge dormir,
convencido
Que ela a ele se
aconchega…
Para que o sonho
aconteça
E mais perto
dele a sinta,
Meteu-se-lhe na
cabeça
Ir à noite para
a quinta!
Mas a noite
luarenta
Perde a luz
diamantina
Na sombra
escura, cinzenta,
Dos cedros,
junto à piscina.
|
A morte vem,
sorrateira,
E habilmente se
esconde
No punhal que
mão certeira
Desfere no peito
do Conde.
Foi António? Foi
Luís?
Foi Raul? Os
três aliados?
Mas há quem
torça o nariz
E aponte os
enteados!...
Crime nefando e
complexo
Que apavora as
boas almas!
Mas eis que , olhando o reflexo
Da Lua, nas
águas calmas,
O Polícia não
consome
Tempo demais a
pensar:
Foi Raul! Porque
o seu nome
É
“reflexo” de LUAR!!!
|