Autor Data 12 de Dezembro de 1987 Secção Sábado Policiário [101] Publicação Diário Popular |
Solução de: AJUSTE DE CONTAS Joe Lance Em
primeiro lugar elimina-se a hipótese de suicídio, pois não foi encontrada
qualquer arma no quarto da vítima. Como
só os dois «amigos» do morto tinham entrado no prédio depois dos restantes
habitantes terem saído, como suspeitos restam estes dois e, hipoteticamente,
a porteira. A porteira é apenas hipótese porque não é difícil demonstrar a
sua inocência. Ela fornece álibi a um dos principais suspeitos, o Matacão, e
exclui da lista dos suspeitos todos os moradores do prédio, atitude que não
seria normal em quem desejasse não ser inculpada. Por outro lado, não há
qualquer motivo que aponte para a execução do crime, visto o morto se servir
do quarto como simples refúgio, não tendo relações de «negócios» com a
porteira. O
Matacão está inocente, pois não passou da porta do quarto e o tiro foi dado à
queima-roupa, como prova a queimadura de pólvora à volta do ferimento. Como
se não bastasse o facto de a cama estar presumivelmente a mais de 75
centímetros da porta (distância máxima para aparecimento de queimadura), o
silenciador na arma do Matacão impediria que a queimadura se produzisse. Fica-nos
o Delicadinho, que até afirmou ter visto o Mão Leve já morto. Para que isto
acontecesse, ele tinha estado no quarto da vítima antes do Matacão e voltado
mais tarde, depois de o corpo ser encontrado por este e pela porteira e
chamada a polícia. Nesse intervalo teve muito tempo pare se desembaraçar da
arma. Só não explicou por que razão não alertou quem de direito ao descobrir
o cadáver e resolveu voltar depois. |
© DANIEL FALCÃO |
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