Autor

Joe Match

 

Data

1 de Outubro de 2016

 

Secção

O Desafio dos Enigmas [9]

 

Publicação

Novo Audiência

 

 

O CRIME DA RUA DO SALITRE

Joe Match

 

Um dia, numa roda de amigos, contaram-me o caso que passo a narrar, pondo em foco a minha sagacidade: X, um desconhecido cidadão português, foi assassinado na sua residência, na rua do Salitre. Foi Y, um ex-cunhado do morto e que vivia só com ele, na mesma casa, quem relatou o pouco que sabia:

“Estava no meu quarto que deita para a sala – onde apareceu o corpo – diante do espelho a pentear-me, pois tinha ficado de me encontrar com uns amigos no Café Chave de Ouro, quando alguém, que eu não vi, me deu uma forte pancada na cabeça. Com a dor, ajoelhei e fiquei por momentos atordoado. Quando me levantei e corri para a sala, vi a porta que deita para a escada aberta e X estendido no chão, numa poça de sangue… Corri imediatamente à rua e telefonei à Polícia. Desconfio que o assassino seja A, um antigo condiscípulo de X, a quem roubou a noiva, casando com ela. Mas o romance de amor durou pouco. No fim de três meses de casados ela morreu com uma febre intestinal. A jurou vingar-se da afronta e, perante os amigos, declarou que X a tinha morto”.

O agente da PJ verificou que X morrera com uma bala calibre 6,35 em pleno coração, ocasionando-lhe morte instantânea. O corpo estava caído de borco junto de uma mesa, numa poça de sangue que alastrava pelo encerado do soalho. Y mostrou ao agente uma contusão na fronte, local onde levara a pancada. O quarto de Y era um aposento medindo aproximadamente 6x4 metros. O espelho era uma forte chapa de cristal, incrustada na parede fronteira à porta, ocupando parte daquela, desde o teto baixo até ao soalho.

Evidentemente que o agente prendeu imediatamente Y, acusando-o de ter assassinado X e mentido à autoridade.

Esta é a história. Bem simples, por sinal.  

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO