Autor

Juve

 

Data

4 de Junho de 1981

 

Secção

Mistério... Policiário [314]

 

Competição

Torneio “Dos Reis ao S. Pedro”

Problema nº 10

 

Publicação

Mundo de Aventuras [399]

 

 

A MÁSCARA ROUBADA

Juve

 

Telefone para o inspector Juve… é urgente.

O «inspector» Juve atendeu e cada vez se ia enterrando mais na cadeira.

– O quê? – exclamou ele. – O milionário peruano Ramon Carranza foi roubado? Mas isto é impossível, ele tem uma das casas mais bem guardadas do país. Não acredito, isso é brincadeira… Você tem a certeza? Bem nesse caso, eu vou já para lá. Até já – Juve desligou.

Juve tinha sido chamado de urgência a casa de um milionário peruano de onde lhe tinha sido furtada uma máscara de ouro. Arrasta consigo o espantado jornalista Fandor, que nem acaba de comer as suas sanduíches favoritas.

Chegados a casa ao milionário, uma bela casa de repouso, sobranceira ao mar, construída sobre penhascos que de um lado dão a pique sobre o oceano. O milionário informa-os que haviam furtado uma preciosa máscara de ouro pertencente a uma antiga civilização do Peru. Juve nota que todas as janelas que dão para o mar, a Oeste, foram seladas com tábuas contra possíveis intempéries, mas as que dão para a baía, a Este, são todas envidraçadas, oferecendo uma magnífica vista sobre o mar.

O empregado, Ortiz, e um polícia já se encontram na sala quando Juve e Fandor entram.

– Poucas são as pessoas que vêm aqui durante esta época do ano – comenta o empregado do milionário. – Era fácil ao bandido vir até aqui de carro e fugir sem ser visto.

O polícia concorda.

– Onde é que você se encontrava quando se deu o assalto? – perguntou Juve ao empregado.

– Tinha saído de carro para comprar algumas provisões. A sobrinha do senhor tinha chegado sem me avisar e eu não estava prevenido com mantimentos. Parei depois para tomar algumas cervejas!

Fandor discretamente, como que adivinhando o pensamento de Juve, aproxima-se de Ortiz e tenta cheirar-lhe o hálito, mas não lhe acha vestígios de álcool.

– Tal como o tio Carr lhe contou, sou estudante de Arqueologia e pedi-lhe a máscara que trouxe aqui para esta sala para melhor a analisar. Já tinha feito alguns apontamentos e como me sentia cansada devo ter adormecido no divã. Acordei coma sensação que estava alguém na sala.

– E tinhas razão! – comentou o tio.

– Sim – prosseguiu a jovem. – Era um homem, que me intimou: «Não se mexa ou disparo». Depois pegou na máscara e saiu. Estava excessivamente aterrorizada para me mexer. Quando o fiz já ele tinha saído. Creio ter ouvido o motor de um carro.

– Não me pode dar ume descrição mais pormenorizada do ladrão? – perguntou Juve. – Faça um esforço de memória, todos os pormenores são necessários.

– Tal como disse, era um homem. Estava um magnifico pôr do Sol, que encadeava; o gatuno era apenas uma mancha esbatida nas vidraças. Não lhe vi o rosto mas ouvi-lhe a voz!

Ortiz e o polícia confirmam que o poente fora belo nessa tarde.

Juve diz em surdina virando-se para Fandor:

– Diz-lhes que dentro de dez minutos estarei aqui novamente; entretanto, que se ponham nestas posições: Ramon ao centro, à sua direita a sobrinha, à sua esquerda o motorista. Eu já tirei as minhas conclusões…

Cerca de cinco minutos depois, Juve entra na sala e depois de observar os presentes diz:

– Isto não é nada fácil, mas também não é nada difícil… Creio que encontraremos a máscara se a procurarmos cuidadosamente. Não deve estar longe. Quanto a si… – disse Juve virando-se para um dos presentes. – Como nunca lhe dei nada, tem aqui umas algemas onde vai pôr as suas mãos… – e depois, virando-se para Fandor: – Vamos para casa que as alturas fazem-me vertigens… Entretanto levamos este personagem para instauração de processo crime.

 

1 – A quem acha que Juve «deu» as algemas?

2 – Porquê essa atitude do Inspector Juve?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO