Autor Data 24 de Setembro de 1981 Secção Mistério... Policiário [324] Competição Torneio
“Do S. Pedro ao Natal” Problema nº 3 Publicação Mundo de Aventuras [415] |
UM CASO DE CIÚMES… K-203 O
inspector Tony Moura fora chamado a resolver um
caso que seria em breve «guardado na gaveta»… Tratava-se
da morte do desenhador publicitário… Tudo levava a crer um suicídio… Tudo?... Tony
Moura deslocou-se ao estúdio do desenhador onde foi encontrar o corpo do
artista e, lentamente foi observando: –
«O corpo estava caído sobre o estirador de desenho, vendo-se toda a
superfície esquerda da cara. Os cabelos grisalhos assentes no braço direito
estavam sujos de sangue que correra de um buraco de bala na têmpora desse lado.
A arma estava colocada na mão direita, sob a cabeça, enquanto a mão esquerda
caía em direcção ao chão com os dedos fechados
ligeiramente, e muito sujos o médio com uma calosidade à direita da unha, a
polpa do polegar e também o indicador, e o mínimo ou mendinho, na parte
exterior, liso e brilhante… Reparou, também, no trabalho que a vítima provavelmente
estaria a realizar, no acabamento das chamadas «artes finais», bem como nas
tintas, pincéis e outro material, reunido e agrupado naquele lado… Atrás
desse agrupamento e para a sua frente-esquerda para onde parecia olhar, duas
prateleiras de arame com projectos e indicações
várias de novos trabalhos…» Nesse
momento entram no estúdio um homem e uma mulher, identificando-se como marido
da secretária, e muIher, do desenhador… Ele,
Jaime Graça, lamentava muito, apesar de só o ter visto duas ou três vezes e
nunca ali ter entrado, que o desenhador se tivesse suicidado como faziam
admitir os sérios problemas financeiros por que passava… Ela, Maria Modesto,
por seu turno, ficara muito chocadas pois nunca seria capaz de pensar que o
marido chegasse àquele ponto. No entanto, queixava-se que o marido lhe
pregasse constantes partidas com outras mulheres… Após
tais afirmações, Maria Modesto olhou para o corpo do marido e começou a
chorar baixinho… Foi
nesse momento que entrou a secretária que, (como todas as boas secretárias…),
tinha ouvido tudo e quase gritou: –
Não seja hipócrita! Eu ouvi tudo quanto disse. Por várias vezes verifiquei
que você não gostava dele… E muito provavelmente foi por sua causa que ele se
matou… se acaso foi isso, realmente, o que se passou! Maria
Modesto respondeu: –
Que há a apontar-me, que justifique a possível atitude de meu marido? –
Acho que tem razão… – interrompeu o inspector. – De
facto, duvido que o seu marido se tenha realmente suicidado… Foi assassinado
e desconfio que o senhor Jaime Graça sabe muito mais do que aquilo que
declarou… Pergunta-se:
1
– Que levou o inspector a declarar-se pelo crime e não
pelo suicídio? 2
– Por que desconfiava o inspector do Jaime Graça e não
de outro, ou outros, dos presentes? |
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© DANIEL FALCÃO |
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