Autor Data 16 de Novembro de 1978 Secção Mistério... Policiário [192] Competição Torneio
“4 Estações 78" | Mini C – Verão Problema nº 5-A Publicação Mundo de Aventuras [268] |
Solução de: A MORTE DO MÁGICO Kagão Solução
apresentada por Detective Misterioso 1
– Maria Relvas, mulher do mágico. 2
– Começamos a nossa acusação pelo facto da senhora Relvas dizer não saber
como era o truque do marido com as balas, por este nunca a ter posto ao
corrente dos seus segredos profissionais, mas no entanto, ao lhe ser pedida a
bala falsa para comparação com as verdadeiras, ela entregou-a sem qualquer
hesitação. Ora
isto só prova que ela afinal, ao saber qual a bala falsa de entre muitas
verdadeiras, é porque sabia como era feito o truque, mas como mente dizendo
não saber como ele era feito… Seguidamente,
a sua insinuação feita ao Monteiro com os dois pedaços do bilhete encontrado,
também é motivo para a considerarmos culpada, veja-se: Se
aquele bilhete fosse do Monteiro, a parte que foi encontrada no camarim,
teria sido a parte que o porteiro teria ficado aquando do ingresso daquele na
sala de espectáculos, assim como é que o talão do
bilhete apareceria no camarim? Só se o porteiro fosse o criminoso ou
conivente no crime, o que não acreditamos. Não acreditamos porque seria
coincidência demasiada o Monteiro deitar para a ribalta, a parte do bilhete
que teria ficado da sua posse, de modo a depois ser feita, como foi, a
verificação dos dois pedaços do bilhete, coincidência que o culpado ou
culpados nunca suporiam ser possível. Por
outro lado, o porteiro ao cortar o bilhete, a parte que fica de sua posse, é
amarrotada na mão, para depois ser deitada num recipiente de lixo junto dele.
Ora o talão encontrado no camarim, não mostra estar amarrotado, logo não terá
lá sido colocado pelo porteiro. Mas
para que o porteiro se utilizasse do talão do bilhete do Monteiro para o
incriminar, necessitaria conhecê-lo, para na altura do corte do bilhete,
guardar o respectivo talão para em seguida o
colocar no camarim. Ora no texto, nada nos diz ser o Monteiro conhecido do
porteiro do teatro, onde possivelmente só lá terá ido naquele dia a convite
do mágico. Passemos
agora a analisar como a senhora Relvas teria assassinado o marido: Ao
ser-lhe passada a arma pela segunda vez (a primeira tinha sido para ela
disparar contra o alvo de louça), a senhora Relvas que já estava munida de
uma bala verdadeira, possivelmente marcada para quando da verificação da
cápsula, em vez de introduzir na arma a bala falsa que o marido lhe passou
(era ele quem metia sempre as balas no revólver), meteu a verdadeira que
tinha consigo, escondendo a falsa; depois foi o disparo contra o marido e a
morte deste… Seguidamente,
com o pedaço do bilhete que fica de posse do espectador, faz uma bola e
atira-o para a ribalta, enquanto o talão desse mesmo bilhete é colocado no
seu camarim de modo a ser visto pelas autoridades quando das investigações,
tudo isto com o propósito de envolver o nome do Monteiro, uma vez ser do seu
conhecimento que ele seria chamado ao palco como voluntário. Assim
acontece!... E ela, sem formular uma acusação, insinua que o bilhete deve ser
do Monteiro, que ele esteve no palco, e que portanto… MÓBIL
DO CRIME: O
Monteiro afirma que é muito amigo da senhora Relvas, muito mais amigo que o
próprio marido. Isto leva-nos a pensar serem eles amantes. Possivelmente
o Monteiro já não interessava à senhora Relvas, e quem sabe se não seria por
ele andar a exigir dela mais do que ela lhe queria dar. Por
outro lado, o marido já andaria desconfiado da falsidade da mulher,
ameaçando-a, talvez de morte. Com
toda esta situação, ela resolve liquidar o marido e atirar com as culpas para
o Monteiro. Assim, e como diz o provérbio, mataria dois coelhos com uma só
cajadada. Talvez
até tenha sido ela quem convenceu o marido a dar o bilhete ao Monteiro e a
chamá-lo ao palco, para que o seu plano fosse executado tal como o
idealizara. O
resto, bem o resto já todos nós sabemos… |
© DANIEL FALCÃO |
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