Autor

Leão Pardo

 

Data

23 de Outubro de 1994

 

Secção

Policiário [173]

 

Competição

Torneio Rápidas Policiárias 1994

Prova nº 13

 

Publicação

Público

 

 

TEMPOS DIFÍCEIS EM 278 D. C.

Leão Pardo

 

Iam difíceis os tempos para os Imperadores Romanos, naquele ano de 278 d. C. Por todos os lados, eram constantes as pressões dos diversos povos bárbaros sobre as fronteiras do Império. A economia e as finanças ressentiam-se – e de que maneira – de uma profunda instabilidade governativa que se ia arrastando sem solução à vista. Os produtos mais importantes não chegavam aos locais onde eram precisos; era com muita dificuldade que se conseguia adquirir um bom escravo. Para mais, a complicar profundamente a situação, andava por aí uma nova seita religiosa, que se auto-intitulava de Cristãos e que até tinham sido declarados culpados num grande incêndio da capital do Império – Roma.

Naquela manhã, o senador Caio Pedânio apareceu morto junto de uma coluna da casa que então habitava (e que hoje é chamada Casa dos Repuxos), na bela cidade de Conímbriga. Enquanto as autoridades não compareceram, o senador Públio Cláudio, que habitava não muito longe da vítima, ouviu algumas conversas interessantes à entrada da casa:

“O Senador mandou-me chamar há pouco”, dizia o Patrício Octaviano, “preocupado, parece-me, porque lhe chegaram rumores de que a sua casa teria que ser sacrificada para construir uma muralha. Vim logo que fui chamado e quando cheguei vi uma sombra a correr do outro lado da casa, fugindo; soube há pouco que era um funcionário superior do senador Tito Justiniano. Depois de dar a volta ao jardim, deparei com a cena tão desagradável do senador morto. Penso que terá sido a pancada numa coluna, pois o ferimento na cabeça deixou ensanguentado o mármore de uma das colunas.”

O funcionário em questão defendia-se, argumentando:

“Vim trazer um recado do meu patrão. Não cheguei a fazer a entrega, que está aqui (e mostrou um documento enrolado), pois dei com o senador morto e logo senti alguém entrar. Assustei-me e fugi.”

Perante isto, fica a pergunta: quem será o culpado?

 

a) O funcionário do senador Tito Justiniano;

b) O próprio senador Tito Justiniano;

c) O Patrício Octaviano;

d) Outra pessoa.

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO