Autor Data 2 de Julho de 1988 Secção Sábado Policiário [130] Publicação Diário Popular |
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO… Lois Lennox Tudo
isto se passou num dia de Outono, há cerca de dois anos, por volta das 23 e
45, dois automóveis entravam na cidade. O
automóvel da frente, um «Fiat 127» branco, era conduzido por aquele que tinha
no passaporte o nome de James Robbins e cuja
alcunha não era «Fingers». O
outro automóvel, com duas pessoas no seu interior, era um «Ford Orion». Os seus ocupantes eram o Manuel Lopes, também
conhecido por «Electro», e o Pedro Pessoa, cuja função no assalto era abrir o
cofre. No
carro menos potente seguia o autor dos planos do assalto, cuja função no mesmo
era coordená-lo; devido a isso, tinha recebido dos colegas a alcunha de
«Chefão». Quem
guiava o carro verde era aquele que tinha no passaporte o nome de Harold Archer. A seu lado tinha Peter Kenny.
Peter Kenny esse que não era responsável pelo eliminar
dos alarmes que iria seguir-se. Tratava-se
de um grupo de assaltantes que conheciam bem o seu ofício e sabiam que ultrapassar
os limites de velocidade podia trazer graves consequências; por isso, mantinham-se,
nos 80 km/h. Além disso, a névoa que se levantava do Tejo, dando à cidade um aspecto fantasmagórico, não permitia grandes velocidades.
No
entanto, perto das 24 horas, chegaram a um pequeno parque de estacionamento
junto das muralhas medievais. Nessa altura, Luís Antunes estacionou o «Fiat»
e juntou-se aos seus comparsas no «Orion». Dez
minutos mais tarde estavam junto a uma mercearia que facilmente assaltaram,
para depois passarem para a joalharia ao lado, através de um buraco que
fizeram na parede. Pondo
em acção as capacidades técnicas da equipa, a única
dificuldade foi escavar o buraco na parede. Uma
vez na joalharia, apoderaram-se do que era mais valioso, como, por exemplo,
um relógio do século XVII que dava um toque no primeiro quarto de hora, dois
no segundo, três no terceiro e nos últimos segundos de cada hora dava quatro
toques. Estavam
já a sair da mercearia quando o relógio deu oito toques; saíram, meteram-se
no carro e partiram. Mas não repararam num «disc-jockey» da zona que voltava
para casa e achou estranho ver três homens saírem da mercearia àquela hora,
ainda mais com sacos às costas, sem terem o cuidado de fechar a porta, que
por sinal tinha o vidro partido. Tudo isto fez que o «disc-jockey»
telefonasse para a polícia. Entretanto,
os nossos homens chegaram ao parque de estacionamento para se mudarem para o
«Fiat» e, em cerca de uma hora, estariam em Lisboa, onde iriam para o
aeroporto e apanhariam um avião para Inglaterra, que aliás era a razão de
todos terem passaportes com nomes ingleses. No
entanto, foi com grande espanto que verificaram que o «Fiat» tinha
desaparecido e que tinham de seguir no «Ford», «Ford» esse que, sem eles
saberem, já estava a ser procurado pela polícia. Devido
a isso, foram apanhados 10 minutos mais tarde. Quanto ao «Fiat», roubado pelo
Pedro Pessoa, em Abrantes, foi encontrado dois dias mais tarde em Torres
Novas. Pergunta-se:
1
– A que horas saíram eles da mercearia? Porquê? 2
– Em que cidade se passa a acção desta história? Porquê?
3
– Diga o nome próprio, o nome que consta do passaporte, a alcunha, a função
no assalto e em que carro seguiam os assaltantes, aquando na entrada na
cidade. |
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© DANIEL FALCÃO |
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