Autor Data 23 de Agosto de 1992 Secção Policiário [54] Publicação Público |
O INSPECTOR FIDALGO BRINCA ÀS ESCONDIDAS Luís Pessoa Naquele fim-de-semana, não
se sabe bem porquê, o inspector Fidalgo teve um dia
de folga que aproveitou para levar os filhos ao Jardim Zoológico, coisa que
não fazia há muito. Após uma arrasante viagem por
entre jaulas, lagos e jardins, com um passeio de barco à mistura, o inspector estava mais estafado que se andasse a
calcorrear a cidade à procura de mistérios e crimes. Foi então que teve uma
ideia para descansar e propôs que brincassem às escondidas, cabendo-lhe a ele
ficar à procura dos filhos, situação que lhe agradava porque não fazia ideia
de andar atrás deles. Assim, sentou-se à sombra
de uma árvore e começou a contar até cem. Não conseguiu lá chegar. A meio já
os olhos se haviam cerrado e dormia profundamente, produzindo ruídos
estridentes que despertavam o gozo de quem passava. Muito tempo depois, o inspector Fidalgo foi despertado pelo Francisco e pela
Inês, logo seguidos da Ana Teresa e da Susana, piores que estragados. – Bem podíamos estar à tua
espera! O inspector
Fidalgo olhou para eles, surpreendido e defendeu-se como pôde! – Nada disso! Estão
enganados! Andei atrás de vocês, mas estavam tão bem escondidos que não vos
consegui ver. O que é que eu havia de fazer? Vim sentar-me aqui e esperei por
vocês… Mas vou adivinhar onde estavam escondidos, se me derem uns pequenos
empurrões, está bem? – Eu estive ao pé de um
animal que come peixe, nada que é uma maravilha e segura bolas no focinho… –
Adianta-se o Francisco. – Eu sempre gostei de reis
e gostava de ter vivido no antigamente. Procurei junto deles esconder-me … –
Disse a Ana Teresa. – Onde eu estive há muitos
animais malhados, com pernas altas e pescoços a tocar o céu… – Afirmou a
Inês. – Parece uma igreja mas não
é. Pode tomar banho de chuveiro, pesa que se farta e morre muitas vezes por
causa dos dentes. – Disse a Susana misteriosamente. O Inspector
Fidalgo olhou para todos… Faltava o Frederico, mas esse andava às voltas com
a moto e não alinhava nestas excursões. Ora, ia tentar. A – A Inês escondeu-se
junto às girafas. B – O Francisco escondeu-se
junto às focas. C – A Ana Teresa
escondeu-se junto dos leões. D – A Susana escondeu-se
junto dos gorilas. Três dos filhos fizeram um
sinal de assentimento, sorrindo, mas o outro sorriu maliciosamente antes de
gritar visivelmente satisfeito. – Erraste! Não foi ai que
me escondi! |
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© DANIEL FALCÃO |
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