Autor Data 30 de Dezembro de 1994 Secção O Detective
- Zona A-Team [227] Publicação Jornal de Almada |
Solução de: DOIS DESLIZES E UM MORTO Magno O
suspeito: João Santos. Explicação:
Estamos a 1 do Abril de 1993 (o Suiça-Portugal
realizou-se a 31 do Março!). Na sexta-feira anterior, dia 26 do Março, a governante
tinha recebido somente duas cartas. Uma delas só podia ser a do «correio azul»
(datada de 8 dias antes – 5ª feira anterior – e entregue na 6ª feira) e a
outra uma das duas restantes, ambas com a mesma data: 23 de Março. No
entanto, só
uma poderia circular naturalmente pelo correio: a que tinha o selo mecânico
de 40$00 (que por ser adquirido nas máquinas dos CTT tem aquele valor, em
lugar de 42$00 em selos normais ou da franquia paga aos balcões dos Correios).
E porquê? No dia 8 do Março, a cor do selo de taxa única mudou de verde para vermelho-grená,
não podendo aquele circular em cartas pelo Correio, pois estava fora de
circulação. Se por acaso aquela carta tivesse sido entregue pelo carteiro (e
o correio fora entregue em mão) iria multado com os respectivos
selos de porteado, pelo que a governanta teria de pagar a multa devida, o que
não sucedeu. Daqui se infere que as duas cartas recebidas são as de Manuel Serafim
e João Lopes. A outra foi levada pela visita – o suspeito – que se esqueceu
que o selo verde da taxa única estava caducado à data do seu envio pelo
correio (1º deslize), e que depois de obrigar o usurário a abrir o cofre e de
o estrangular, apodera-se da letra de câmbio, deixando a carta com uma
mensagem que não contrarie a falta da letra, uma vez que já foi paga e, por conseguinte,
não faz parte do pequeno maço guardado. De notar que Isaías Thadeu recebia pessoal e discretamente as suas visitas, sendo
estas só do seu conhecimento. Como também o era a situação de todos os seus
devedores, constantes do pequenino livro que possuía e que o inspector encontrou, em que João Santos ainda em 31/3/83 contava
como seu devedor, sabida que é a precisão deste tipo de pessoas nos seus
negócios. Mais um pormenor que o assassino descurou… (2º deslize), mesmo que não
tivesse deixado a carta. Mais cedo ou mais tarde, descobrir-se-ia. |
© DANIEL FALCÃO |
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