Autor

Manuel Constantino

 

Data

7 de Abril de 1989

 

Secção

O Detective [69]

 

Competição

2ª Supertaça Policiária - Cidade de Almada

Problema nº 7

 

Publicação

Jornal de Almada

 

 

Solução de:

UM CRIME

Manuel Constantino

 

1) – O criminoso, provavelmente, não escapou à justiça.

2) – Colocando cada um dos sobrinhos no lugar próprio, Carlos fica no cadeirão junto da secretária, Luís e Alberto na poltrona, situando-se o narrador no cadeirão restante junto da almofada.

A trajectória do disparo – tiro de longe, distância superior a 75cm, porque não existem vestígios de pólvora no frontal da vítima – só é possível, traçando uma linha recta, da vela (apagada pelo tiro, contendo a bala elementos de cera – ácido palmítico, esteárico e parafina) à cadeira, no ponto de impacto e prosseguindo essa recta, verifica-se que o tiro partiu da poltrona. Ora, Luís é cego (utilização de “Braille” e do “Brave” – o cão) e o Alberto tem as mãos com ligaduras (compactamente ligadas) devido a infecção, o que o impossibilita de pegar numa arma. (Carlos, o mais próximo da secretária, não se coaduna com a trajectória. O narrador também). Prolongando a recta referida vai dar-nos à porta – aberta, com toda a certeza, pois nada refere o contrário. Quem está na situação de atirar dali?…

O criado!

Ele é o único que tem possibilidades de “manejar” a luz conforme “desejo seu”… com interesses na herança ou não seria ele, também, um prejudicado?!… No meio da confusão colocou, depois, a pistola sob a poltrona para incriminar os sobrinhos.

© DANIEL FALCÃO