Autor Data 6 de Março de 1992 Secção O Detective - Zona A-Team [148] Competição Problema nº 3 Publicação Jornal de Almada |
Solução de: O MISTÉRIO DO BODE ASSASSINADO Manuel Constantino Muito
breve, deixando à imaginação do leitor todos os pormenores. dir-se-à: a)
É óbvio que o teste de parafina, efectuado pelo sargento, foi positivo,
acusando, consequentemente… vestígios de nitrato nas mãos, igualmente os
vestígios de sangue nas notas apontavam para a culpabilidade do capataz. Todavia,
ele não desconhecia concerte-a (uma vez que conhecia bem o teste, como o
demonstra) que tal teste não é uma prova total. Basta o testado ter manuseado
um produto que contenha os elementos procurados. Assim, raciocinou que
estando o capataz a espalhar fertilizante de cobertura – que é, em regra,
composto por nitrato de sódio natural ou salitre, o amónio do Chile – tanto
bastava para o teste ser positivo. b)
De resto o TESTE FOI POSITIVO NAS MÃOS, e não só na mão direita ou esquerda,
conforme se dispara uma pistola ou revólver o que convenceu ainda mais o
sargento. c)
Por outro lado – pensou – quem arrasta um objecto, neste caso um bode
ensanguentado, não deixa pegadas sobre o sangue, a não ser que posteriormente
as fosse marcar o que era incoerente. Assim,
não teve dúvidas que o Chico mentia ao acusar o rival: ele não viu o Zé
arrastar o animal, ele próprio o fez. Tudo
indica que o bode foi morto no curral, arrastado pelo páteo até ao portão e
posteriormente marcadas com as botas novas do Zé as pegadas denunciadoras, uma
dupla vingança (contra o bode e contra o Zé). Aliás,
quando o Chico vai ao oleiro comprar um grande pote de barro, indica que
seria para salgar o bode que ele transportava no burrito. Não
se põe a questão onde arranjara a arma, há tanto cigano por ai a vender
armas, poderia, inclusivamente, pelo grosso calibre, ser uma relíquia da tropa.
NOTAS:
Composição de fertilizantes: nitrato de sódio natural ou salites do Chile
amónio. Composição
de pólvora usada em cartuchos de revólver ou pistola, nitrato de glicerol ou
nitrato de celulose. |
© DANIEL FALCÃO |
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