Autor Data 17 de Novembro de 2013 Secção Policiário [1163] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2013 Prova nº 9 (Parte I) Publicação Público |
Solução de: MERGULHO NA ESCURIDÃO Marcelo Campos A vítima não era
cega – fazia-se – uma vez que reconheceu o Inspetor Bravomonte
antes de morrer. As suas últimas palavras assim o indicam “Ins…tor Bra…”)
e lembremo-nos que Eduardo não se identificara após entrar na cabine, e que,
quando chegou junto da vítima sentiu que “esta não lhe seria desconhecida”,
decerto por esta já ter sido presa e julgada por desfalques e, portanto, ter
passado pela polícia. Não a terá identificado uma vez que se apresentava
agora com “óculos pretos e com uma bengala de cego.” E não sendo cego e sabendo ler (fora
contabilista) teria lido a inscrição na porta do elevador. Aliás já subira
pela escada os três andares, uma vez que se desconhece a existência de outro
elevador (que também não foi usado pelo comerciante, como teria sido natural se
um segundo existisse, quando subiu com o polícia para despir o pijama. Não sendo cego não
arriscaria um mergulho na escuridão, tanto mais que prometera voltar (talvez
para continuar a chantagem). Foi empurrado gentilmente pelo antigo patrão levando
na mão a única coisa que conseguiu agarrar na queda – o botão do pijama
(grande e branco, com um bocado de linha). A
busca do Inspetor destinava-se a encontrar um pijama sem botão para completar
a prova incriminatória, tanto mais que, não se encontrando mais ninguém
naquele andar (o Inspetor “bateu a todas as portas”) aquele botão só podia provir
da única pessoa que nele estava, por ocasião do acontecimento – o
comerciante. E de um pijama, porque era assim que ele se encontrava vestido,
quando o polícia chegou junto dele. |
© DANIEL FALCÃO |
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