Autor

Marvel

 

Data

1 de Julho de 2007

 

Secção

Mundo dos Passatempos [33]

 

Publicação

O Almeirinense

 

 

EU VI…

Marvel

 

“Eu? …Não fui eu, não. Garanto-lhe que não fui eu. Confesso que queria roubar, mas matar?... Matar não, não matei. Mas eu vi... eu vi … Foi ele! Vi tudo...”

“Vi-os entrar juntos. Eles não me viram... eu estava escondido, ao lado de um móvel. Encaminharam-se para uma secretária. Falavam...

“O que morreu pegou nuns papéis, que entregou ao outro... Durante alguns minutos, ele leu-os. Depois, começou a andar para aqui e para ali. Parecia furioso... gesticulava … gritava...”

“O que dizia? Não percebi nada, nem o que o outro dizia, também. O que estava zangado chegou-se à secretária, perto do sítio onde eu estava. Estendeu a mão... Lentamente, voltou-se para o outro. Caminhou para ele... Levava uma mão atrás das costas e na mão... na mão … segurava... um corta-papéis...”

“Depois... aproximou-se do companheiro e... espetou-lhe uma... duas... várias vezes. Depois, olhou demoradamente para o corpo. Eu só o via de costas, mas, quando ele se voltou, começou a andar para a janela. E então eu vi-o. O luar batia-lhe em cheio... eu vi-o. É este aqui! Foi ele que matou…”

“Sim, tive medo... Tive medo que me fizesse o mesmo... A cara dele estava horrivelmente contraída... Encolhi-me mais... esperava a todo o momento que ele me encontrasse e... estava horrorizado. Mas ele não me viu... felizmente. E foi-se embora...”

“Eu?... Não!!! Palavra que não fui eu... Eu não sou assassino... sou só ladrão. Ele, sim... foi ele... eu vi!”

    

Pergunta-se: O depoente terá falado verdade? Porquê?

 

SOLUÇÃO (não publicada)

© DANIEL FALCÃO