Autor Data Outubro de 2004 Publicação (em Secção) |
O ENIGMA DO TRIPLO SETE M. Constantino …Visitava-me
frequentes vezes e tinha sempre um caso interessante a contar-me. Narrava-o
daquela maneira clara e precisa que nos dá a verdade, desprovida de ficção,
contudo agradável. Apurei
o ouvido. Miguel pigarreou, retirou para mais longe a chávena e começou: –
Tinham-se obtido importantes informações de que certo sujeito passaria a
fronteira com a chave e as mensagens “S-3”. Não me admirei de ser o
encarregado de tal diligência (já trabalhara em casos semelhantes) e fiquei
alerta durante dias e noites seguidas. A foto em meu poder servia-me de guia
e nem mesmo o disfarce me escaparia. Vi-o chegar um dia. Era pobre o seu aspecto, mesmo ofensivo, mas podia ser uma boa camuflagem
para o engenho terrível em que se tornaria o “S-3” nas mãos do inimigo. “– Apesar dos seus
protestos Adão Belém – era este o seu nome – foi obrigado a despir-se. As
roupas foram descosidas; tudo, roupas e bagagem, cuidadosamente revistado por
peritos. A pequena mala que o acompanhava mostrou-nos camisas e outras
roupas, uma escova para os dentes, um lindo bloco de quartzo, o mais lindo e
puro que jamais vi (tinha 4 cm3 e pesava 7 gramas). Aqui começa o mais
curioso! Não só na mala ia um colar de pérolas com sete pedras como se lhe
associava um pequeno cartão de papel vulgar (a que faltava uma ponta) com
sete letras. Aqui
Miguel parou por momentos. Os olhos brilhavam-lhe de entusiasmo e eu,
pasmado, murmurei: – Importante! Continua por favor. Puxou
de um lápis e, escrevendo sobre um papel ADAM BET, entregou-mo, dizendo: –
Ele sustentava que era o seu nome em que faltava um bocado, mas palavra de
honra que me intrigava bastante. Levantou-se
e abriu as janelas de par em par. A aragem entrou bisbilhoteira no quarto,
trazendo à mistura as essências aromáticas do jardim próximo. Sorvi um largo trago
desse perfume e comentei num murmúrio: – O enigma do triplo
sete! Curioso! Mais
um caso a resolver. Responda: 1º
Onde era possível estar a chave “S-3”? 2º
Qual o vosso raciocínio? |
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© DANIEL FALCÃO |
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