Autor Data 15 de Janeiro de 2009 Secção Competição Problema nº 5 Publicação O Almeirinense |
Solução de: UM, DOIS, TRÊS… E ERA UMA VEZ M. Constantino Serei breve. Não
sou decifrador e apresento uma solução concreta, onde assentam – espero –
todos os elementos do enigma. Põe-se a questão: quem matou quem? Não se
andará longe de se concluir que a ambição matou a amizade. A morte mais dura! Entre o bolo único
e a necessidade de divisão do mesmo, todos esperariam uma ocasião, que não
era fácil no ambiente da cidade, tanto mais que todos usavam disfarces e não
se encontravam sem protecção. Sérgio deu o mote!
Com o objectivo de ir buscar o almoço e já preparado
antecipadamente, levou Alcino consigo, deixou cair no cimento algo como uma
bombinha de S. João e deixou-se cair, apertando o tornozelo com um lenço,
onde rebentou um pequeno saco de tinta (onde Alcino vê “sangue”) e pede-lhe
para ir buscar auxílio junto de Aleixo, que já deixara o telemóvel na
bancada, onde Alcino, talvez por sugestão, deixou igualmente o seu. Depois,
na hesitação deste último, indicou-lhe o caminho errado, para que se perdesse
na floresta. Entretanto, levantou-se, dirigiu-se ao edifício, utilizou a
chave (que mandara fazer, quando lhe entregou as três que estavam na
bancada), entrou e, de surpresa, matou Aleixo, usando as luvas de um
operário. Largou a chave e luvas. Voltou ao cenário onde se fizera ferido,
disparou a arma (enrolada no lenço, para não deixar impressões digitais)
sobre a coxa, de modo a não ferir muito; mas a posição da perna enganou-o –
esfacelou a artéria, o que lhe provocaria a morte. Entretanto, para completar
o seu plano, atirou a arma para a vala próxima. São detectáveis vários erros de Sérgio: 1º – Só ele poderia
ter uma quarta chave, pois, dos três, era o único que acompanhara a obra (e
excluímos, por ilógico, alguém de fora); 2º – Quando se diz atingido junto de
Alcino, apertava o tornozelo e este tiro verdadeiro foi na coxa; 3º – Não
havia decorrido tempo suficiente para, após o ruído do suposto tiro, ele ter
tirado o lenço do bolso, enrolado no tornozelo e para o lenço se apresentar
já ensanguentado; 4º – Não era realmente sangue que tinha no lenço, mas
tinta, à base de fucsina e álcool; 5º – A posição do tiro é de cima para
baixo, já que a bala fica no chão, junto ao corpo. Naturalmente que a polícia,
para além da mão suja de sangue, deveria ter encontrado nela sinais de
pólvora; se o fez, não é dito, mas é uma avaliação para o decifrador. Duas mortes
explicadas. Quanto
à terceira, a explosão que mata Alcino, é uma especialidade de Aleixo, que
deixa, aliás, bem evidente a marca de denúncia, nos sapatos com vestígios de
cimento – os veículos, ao chegarem, atravessaram cimento húmido, no que ele
não reparou, pois Sérgio levou-os por um caminho empedrado até à porta do
edifício e não temos conhecimento de que voltassem a sair. Aproveitou a
ausência dos sócios para proceder à execução de um deles... que nem deve ter sabido de que morte morreu. |
© DANIEL FALCÃO |
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