Autor Data 10 de Fevereiro de 2018 Secção Publicação Audiência GP Grande Porto |
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO M. Constantino Tenho na minha frente os três suspeitos
do roubo na Ourivesaria Universal, cujo proprietário é perito e negociante de
diamantes raros, de valores elevados. Tudo averiguado, visto, revisto e
ponderado, não restam dúvidas de que os larápios, também eles especializados
em diamantes, haviam combinado e concretizado o roubo. Artur Manhoso, Benjamim Levezinho e Tomás
Ligeiro são os seus nomes, talvez falsos, em todo o caso nomes. Dúvidas sobre
a participação comum no roubo não existiam; daí, a sua prisão, ainda que
preventiva, para cumprir a lei. O nosso caso complica-se por existir, entre
eles, um ladrão de ladrões. Explico: o que ficara com a missão de guardar o
fruto da gatunice achou mais fácil ou útil ficar com tudo. Qual deles? Dois
foram sócios em vários “negócios”; o terceiro, de compleição atlética,
cabelos negros, brilhantina a rodos, dedicava-se a motorista de famílias
ricas… nas horas vagas, é claro! E fora este que Artur convidara em primeiro
lugar para o golpe. Benjamim e o ladrão eram louros naturais. Estas as
conclusões a que cheguei, para apurar quem era o
ladrão dos ladrões. Não ia dar “cem anos de perdão”, como diz
o provérbio, lá isso não, porque ladrão de ladrão é duas vezes ladrão. Estão
a seguir o raciocínio? Identifiquem-no então. |
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© DANIEL FALCÃO |
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