Autor Data 12 de Setembro de 1987 Secção Sábado Policiário [90] Publicação Diário Popular |
ROUBOS POR ENCOMENDA Med Vet Um
dia destes encontrei, numa velha publicação sobre alguns dos mais audaciosos
roubos no mundo, um artigo sobre uma série de roubos efectuados
em museus portugueses. Como a história é interessante, resolvi transcrevê-la.
Ei-la: «Em
Junho de 19.., o Museu Calouste Gulbenkian no Porto
foi alvo de um roubo. Este museu conta entre as suas mais valiosas a famosa estátua
«O Desterrado», obra do escultor Teixeira Lopes, dos finais do Séc. XIX. Alvo
da cobiça dos gatunos foi também o quadro «As Bolas de Sabão»,
do pintor francês do séc. XVIII Édouard Manet. A polícia não conseguiu encontrar qualquer
vestígio que levasse à descoberta dos ladrões, mas concluiu tratar-se de
profissionais, uma vez que o alarme foi desligado, tendo sido arrombada uma
das portas laterais. Dois
dias depois, o Museu Grão-Vasco, em Aveiro, recebeu a visita dos ladrões, que
levaram o quadro S. Pedro, de Vasco Fernandes, chamado Grão Vasco, pintor do
séc. XVII. A Polícia afirmou não ter dúvidas de que os autores deste assalto
tinham sido os mesmos que actuaram no Museu
Calouste Gulbenkian, mas ainda desta vez não conseguiu descobrir o paradeiro
dos malfeitores. Uma
semana mais tarde, o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, mais conhecido
por Museu das Portas Verdes, foi assaltado. Desta vez os ladrões levaram o
tríptico «As Tentações de Santo Antão» de Jerónimo Bosch,
um outro quadro pintado em 1521 por Albrecht Durer
e oferecido ao fidalgo ligado a feitoria de Antuérpia, Rodrigo Fernandes,
representando S. Lucas, e o célebre conjunto de oito painéis de S. Vicente atribuídos
a Nuno Gonçalves. A Polícia foi de opinião que este assalto tinha sido mais
um trabalho da mesma quadrilha, tendo os ladrões aproveitado o facto de o
museu estar sempre fechado ao domingo. Após
porfiadas investigações, e com a ajuda da Interpol, a Polícia Judiciária
portuguesa conseguiu descobrir todos os quadros em casa de um conhecido coleccionador de Roterdão. Ao
que parece, este coleccionador pagou uma fortuna a
uma quadrilha especializada no roubo de museus para possuir essas obras, que
ele vira quando de uma viagem a Portugal. Todos os componentes da quadrilha
foram presos e condenados, incluindo o desonesto coleccionador».
Parece,
no entanto, que os conhecimentos de arte do autor do artigo eram um pouco
confusos. Quem descobre os erros que o texto apresenta? |
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© DANIEL FALCÃO |
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