Autor

Melusina

 

Data

10 de Agosto de 1978

 

Secção

Mistério... Policiário [178]

 

Competição

Torneio “M. Lima"

Problema nº 3

 

Publicação

Mundo de Aventuras [254]

 

 

BUSCA INFRUTÍFERA

Melusina

 

O dr. Vasco era um advogado bastante idoso, já há muito retirado da profissão, mas um gastador e jogador inveterado, como na vila não havia outro… Naquela noite deitou-se cedo e mal-humorado.

No dia seguinte ao levantar-se, dirigiu-se à sala para tomar uma bebida e qual não foi o seu espanto ao encontrar ali uma barafunda dos demónios como se por ali tivesse passado um curro de toiros…

Habituado a pensar, desta vez também pensou alto: «Quem seria o tratante?» Deu uma volta à sala, observando os móveis, o cofre com as jóias da defunta esposa, a caixa de música do tempo da monarquia, os arquivos, as pratas, as estatuetas, enfim, tudo observou meticulosamente numa investigação metódica… Fez o possível por ver tudo e nada lhe escapar. O assaltante nada levara, porque, certamente não encontrara o que queria…

Continuando a pensar, ocorreu-lhe uma cena vivida na tarde anterior e daí um pouco do tal seu «mau humor»… Depois de ter jogado e ter perdido bastante dinheiro ao jogo, descobrira, com a sua perspicácia, que o seu velho amigo dr. Lucas, fizera batota… Ficara furioso, discutira com o amigo e gritara-lhe:

«– Patife! Olha que eu posso revelar documentos de certas trafulhices que fizeste com algumas empresas comerciais… E não perco nada com isso! Muito pelo contrário. Quando levar esses documentos à Imprensa, a música será outra, seu trafulha! Seu aldrabão! Seu batoteiro!»

O amigo tremeu pela sua «excelente reputação»…

«…E talvez por isso, por cobardia, resolveu roubar-me os documentos enquanto eu dormia…» – continuava o advogado a ruminar.

Da parte da tarde chamou o amigo a sua casa e depois de o admoestar e de lhe fazer ver a situação que podia criar se continuasse com a sua mania das aldrabices e vigarices, levou-o a confessar… O que conseguiu. Fizeram as pazes e o advogado resolveu nada revelar a ninguém…

 

Este problema apaixonou-me deveras e creio que o mesmo vai acontecer com os colegas solucionistas. Portanto, tal como eu estive, vocês agora vão ficar nas mesmas circunstâncias e responder ao «Sete»:

1 – Onde estariam os documentos?

2 – Porque chegou a essa conclusão?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO