Autor Data 31 de Maio de 1991 Secção O Detective
- Zona A-Team [126] Publicação Jornal de Almada |
O CASO DAS COLECÇÕES ROUBADAS Molécula O
detective Giraldo Manuelinho encontrava-se sentado
na sua sala a ver o noticiário sobre a guerra no Golfo, quando ouviu tocar a
campainha da porta. Depois de se espreguiçar levantou-se e
dirigiu se à porta. Era
um homem de cerca de 50 anos, já um pouco calvo e trajando um fato de boa
qualidade. Que
deseja? perguntou o detective
Giraldo. Chamo-me
José Manuel e gostaria de falar com o detective
Giraldo Manuelinho. Eram,
8 horas da noite e não era costume procurarem o famoso detective
tão tarde, tinha um escritório onde poderia atender clientes, a sua
secretária poderia ter feito marcação da entrevista na hora de expediente. Não
costumo receber clientes tão tarde, mas enfim abrindo uma excepção,
entre e diga o que o traz por cá. Sim
eu sei que é tarde, mas estou bastante aflito. Durante
um bom bocado fez-se silêncio, procurando o José Manuel as palavras
adequadas, para esclarecer o detective. Sou
director de um clube de coleccionadores
e anualmente fazemos uma exposição e a deste ano é já para a próxima semana.
Recebi diversas colecções de vários coleccionadores, algumas até vieram registadas pelos CTT
e ontem guardei tudo no cofre do clube como é habitual. O
senhor José Manuel mora em Évora? Sim,
moro num bairro da cidade. A minha esposa foi com o miúdo ao Hospital de D.
Estefânia e eu tive que ir almoçar fora a Arraiolos que fica a 20 km de Évora.
Os
olhos do detective brilharam. Servem
bem os pratos regionais já lá tenho ido, mas é um bocado caro talvez até para
as nossas posses? José
Manuel fez um gesto de não se importar. Não,
gosto de boa comida, sou aquilo que se chama um bom
garfo e por isso não olho a despesas. É perto levo 30 minutos até lá e
delicio-me com a saborosa cozinha Montemorense. O
detective Geraldo Manuelinho dirigiu-se ao bar
serviu dois bagaços e ofereceu um ao José Manuel bebendo o outro lentamente. Continuando
a descrever o caso o José Manuel informou: Depois
do almoço voltei ao clube e qual o meu espanto, o cofre estava arrombado,
tinha desaparecido as colecções de calendários,
autocolantes, postais e outras de vários colecionadores. Que
providência tomou então? –
Bem, pensei telefonar para o 115 eram 12,15 mas não o fiz porque isso iria
demonstrar a minha falta de zelo, pois esqueci-me de fechar a porta da sala
da direcção do clube e fiquei muito chocado com o
roubo. Por isso resolvi consultar um detective para
que descubra o ladrão. –
Tem alguma ideia de quem tenha roubado as colecções?
–
Sim, algum dos outros elementos da direcção, tenho aqui a lista da direcção
com as suas moradas e profissões. O
detective Giraldo Manuelinho pegou na lista.
Perguntando de seguida. –
De certeza que me disse tudo, não faltando nenhum pormenor? –
É tudo o que se passou, parece-me que não omiti nada. Giraldo
Manuelinho, detective já com alguma tarimba, pegou
no telefone e marcou o 115. –
Mas que está a fazer? – perguntou o José Manuel. –
Telefono para a Polícia, o Chefe Mafo vai ficar
encantado por o meter na gaiola, seu ladrão e aldrabão. No
entanto beba mais um bagaço, que o Chefe não tarda. PERGUNTA-SE: –
Como é que o detective Giraldo Miguelinho resolveu
este caso? |
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© DANIEL FALCÃO |
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