Autor

Molécula

 

Data

3 de Setembro de 1993

 

Secção

O Detective - Zona A-Team [190]

 

Publicação

Jornal de Almada

 

 

FOGO POSTO

Molécula

 

Estava a pescar numa albufeira nos arredores da cidade, havia vários indivíduos à pesca, alguns eram pessoas conhecidas, havendo um ou dois pescadores que não conhecia.

Nos arredores da albufeira andava um rapaz que aparentava 16 anos e guardava um rebanho de ovelhas.

Devido aos peixes estarem em dia não, nem as percas queriam picar, já tinha experimentado os achigãs mas esses nem perguntavam o que estávamos ali a fazer.

Resolvi arrumar o estojo e ir almoçar a casa.

Vários outros pescadores resolveram também abandonar a pescaria, não compensava estar ali a sofrer pois o peixe não caía.

Assim abalei, mas deixando o carro do João tomar a dianteira, a seguir o José e só depois me meti a caminho, ficando ainda os dois desconhecidos que haveriam de tomar o caminho nas suas motorizadas.

Quando cheguei à cidade, depois de percorrer os cerca de 20 Km. vi vários carros de bombeiros,, descolando-se na direcção da estrada que eu acabava de percorrer.

Tive curiosidade e meti-me a caminho para ver o que se passava e pouco depois perto da albufeira, vi que lavrava um pequeno incêndio perto de uma seara. Depressa os soldados da paz dominaram o incêndio.

O Comandante apercebendo-se da minha presença e do jovem pastor, fez breves perguntas, se tínhamos alguma ideia de como tinha começado o incêndio, visto que o mesmo aparentava ter sido fogo posto.

Eu de imediato lá descrevi a minha abalada do local e que não tinha visto qualquer incêndio, voltando atrás só por curiosidade.

O jovem pastor informou que andava por ali toda a manhã e que ia almoçar, quando se apercebeu indo ao monte telefonar para os bombeiros.

Nisto aproximaram-se os dois desconhecidos a quem o Comandante fez as mesmas perguntas. Informando um deles chamar-se Jorge, era um homem ainda novo e que tinha andado em volta da albufeira à procura dos cardumes de peixes, vinha bastante cansado de andar e tinha que se ir embora, pois com o calor e a tosse que o afligia, não estava para ali estar mais tempo, pegou num cigarro e dirigiu-se para a motorizada.

O outro pescador disse chamar-se Rui, também teve azar na pescaria.

Eu que assistia a estas declarações, lembrei-me por acaso, de pedir lume ao pastor para o meu cachimbo ao que o mesmo respondeu que não tinha, estava para desistir, como não conhecia as pessoas, mas mesmo assim aventurei, pedi lume ao Rui para o meu cachimbo, ao que o mesmo me informou que não era fumador.

Bem estava mesmo na hora do almoço e tinha que me ir embora.

O Comandante aborrecido por se continuar com falta de cuidado, provocando incêndios no Verão, as pessoas têm que ter mais cuidado pois as plantas estão secas e qualquer ponta de cigarro pode provocar um incêndio.

Eu olhei para o Comandante e disse-lhe pode dar o sermão e chamar à responsabilidade o autor do fogo, o mesmo ainda está junto de nós.

 

Quem será o autor do fogo involuntário?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO