Autor

Mr. Jartur

 

Data

12 de Abril de 1956

 

Secção

Quem Foi?

 

Competição

Torneio do Dr. Aranha

XVII Problema

 

Publicação

Mundo de Aventuras [348]

 

 

O CACHECOL DENUNCIANTE

Mr. Jartur

 

Durante a noite, a família Gateira festejara o 19.o aniversário da sua filha Isabel. Foram convidados de honra: Marcos, jovem «detective» e noivo de Isabel, Adriano, irmão da sr.a Gateira, o qual trouxe consigo, apresentando-o à família, um ex-colega recém-chegado de África, que todos tiveram muito gosto em conhecer. Estivera também presente a D. Joaninha, mãe de Adriano e da dona da casa, que vivia na companhia da filha.

O jantar decorrera no meio de ruidosa alegria e, depois de um brinde pela felicidade de Isabel, Adriano pediu licença para fumar, o que mais ninguém fez, pois dos presentes era ele o único viciado pelo fumo. Pouco depois, levantaram-se da mesa, recolhendo aos seus aposentos apenas D. Joaninha, enquanto que os restantes se dirigiram ao jardim, a fim de tomarem um pouco de ar fresco.

Pretextando uma impertinente dor de cabeça, Adélito, assim se chamava o africano, recolheu ao seu quarto, cerca das 24 horas. Esteve ainda alguns minutos na cozinha, enquanto a velha governanta lhe preparava o chá, e, depois de o tomar, afastou--se pelo escuro corredor que comunicava com todos os quartos do palacete.

Uma hora depois de Adélito recolheram-se os restantes, tendo Adriano ido ao quarto do amigo, saber das suas melhoras. Mesmo sem ter acendido a luz, afastara-se pouco depois, sabendo que Adélito se encontrava mais bem disposto.

Às 4 da manhã, como habitualmente, a velha governanta fora ao quarto de D. Joaninha, para lhe dar o remédio, mas, ao acender a luz, um grito de terror lhe saiu da garganta, o que acordara todos os que repousavam e que se dirigiram, imediatamente, para aquele aposento. «A senhora estava morta» – Isto recordou Marcos, anotando no seu «carnet» alguns pormenores, ao mesmo tempo que examinava o corpo.

Envolvendo o pescoço da vítima estava um pequeno cachecol de seda (que Adélito usava) e com o qual fora sufocada. Marcos pousou a sua mão na testa da morta e, pelo calor desta, concluiu que o homicídio não havia sido praticado há mais de duas horas. Ao retirar a mão, Marcos sentiu nela uma ligeira humidade e, examinando o sítio onde a sua mão assentara, notou uma pequena esfoladela, com alguns cabelos tostados e retorcidos à sua volta.

Quando o jovem investigador «convidou» Adélito a segui-lo, este reconheceu que as suspeitas recaíam sobre si, mas confessou-se inocente.

Marcos teve então uma pequena conversa com a Polícia, a qual acreditou na inocência de Adélito e depois saiu, levando consigo o verdadeiro culpado.

 

PERGUNTA-SE:

1) Adélito estaria, na verdade, inocente?

2) Quem era o culpado e como chegou Marcos a essa conclusão?

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO