Autor

Mr. Jartur

 

Data

8 de Novembro de 1956

 

Secção

Quem Foi?

 

Competição

Torneio dos “Produtores”

XV Problema

 

Publicação

Mundo de Aventuras [378]

 

 

Solução de:

A DENÚNCIA

Mr. Jartur

Apresentada por Big-Ben

1) A «Princess 200», essa moderníssima máquina de escrever, que era todo o orgulho de Renato, provou que não servia só para escrever, mas, também – e como tudo quando usado com inteligência – para ajudar a punir um delinquente.

A mão esquerda de Renato encontrava-se fortemente crispada na sua máquina, e isso pode-nos levar a duas conclusões: primeira, que a vítima era canhota; segunda, que nos quer dar qualquer outra indicação… No entanto, inclino-me mais para a segunda, do que para a primeira.

E essa outra indicação era para que se olhasse bem para o lado esquerdo da máquina, pois lá é que estava o pormenor denunciador. Porém, esse cuidado seria desnecessário (e daí a razão porque lanço a hipótese de que a vítima fosse canhota, ou de que se tivesse utilizado da mão esquerda, por simples coincidência), visto que «todo o mundo» sabe que o teclado nacional é o H. César…, assim chamado por serem estas as primeiras letras que nele se encontram, vindo de cima para baixo e da esquerda para a direita, maneira como no colégio nos ensinaram a ler… (Antigamente quase todas as máquinas de escrever entravam no nosso meio com o teclado de origem, mas presentemente assim que entram na Alfândega as teclas são logo mudadas, de maneira a ficar no nacional. E a «Princess 200» era moderníssima…).

2) …e porque assim é, só um nome poderá ser indicado como sendo o do culpado: o de César...

3) A vítima sabia que o jovem investigador Marcos Dias averiguaria sobre a sua morte, e por isso ao sentir-se mortàlmente ferida, ainda teve lucidez para deixar ficar um pormenor… uma única particularidade que iria perder o culpado.

Renato tinha, igualmente, o telefone junto de si, e podia ter entrado em ligação com a polícia. Mas quem lhe garantiria que as forças não lhe faltariam a moio caminho? Fazer uma ligação demora um ror de segundos, e arriscava-se a não atingir o seu fito… Por isso, agarrou-se à máquina e, quando as forças lhe fugiram e tudo começou a ser escuro, arrastou-a comigo na queda…

© DANIEL FALCÃO