Autor

Mr. Jartur

 

Data

14 de Dezembro de 1958

 

Secção

Quem Foi?

 

Competição

II T.I.C.

IV Problema

 

Publicação

Mundo de Aventuras [482]

 

 

O MISTÉRIO DO MONTE CARECA

Mr. Jartur

 

Todos os fins de semana, aquele grupo de «gangsters» costumava juntar-se numa velha e isolada mansão, situada à beira do caminho, no cimo duma grande elevação de terreno, à qual, com grande autoridade, chamavam… O MONTE CARECA.

Na noite de domingo, como sempre faziam, os «gangsters» foram até ao casino da vila, onde se entreteram a bater cartas até cerca da meia-noite. Dali, dirigiram-se a uma esplanada onde se demoraram apenas alguns minutos, durante os quais combinaram fazer uma prova de corta mato, que terminaria na vivenda. O último a atingir o objectivo, pagaria. Os almoços do dia seguinte.

Os «gangsters» encaminharam-se até ao extremo da vila, pararam junto do cinema ainda em funcionamento e discutiram acerca do improvisado regulamento da corrida.

«A distância que separava a vila do MONTE CARECA, aproximadamente cinco quilómetros, em linha recta, poderia ser percorrida por qualquer dos itinerários existentes e praticáveis. As pistas teriam que ser relativamente distantes umas das outras, começando a da esquerda junto à estrada, e a da direita na margem do pântano. Nenhum dos corredores poderia seguir por um caminho que outro já tivesse utilizado, a menos que se atrasasse dele mais de cinquenta metros.

Passavam vinte minutos da meia-noite, quando os «gangsters» iniciaram a corrida, embrenhando-se no bosque que teriam de atravessar.

O primeiro a chegar à mansão – faltavam cinco minutos para a uma hora – foi André, o mais ágil dos rapazes. Quatro minutos depois, chegou Orlando. Com intervalos de três minutos, chegaram a seguir: Pedro, Álvaro e Francisco. O último, Tomás, apareceu já depois da uma e um quarto, e foi recebido pelo sarcasmo dos amigos, alegando que se perdera e que voltara atrás, a fim de apanhar a estrada. Todavia, ficou assente que ele pagaria os almoços.

Entre risadas mais ou menos francas, dirigiram-se os seis ao quarto do Herculano, que ficára adoentado. Quase com satisfação, encontraram o colega morto.

Uma bala atravessara-lhe o crâneo e partira o despertador, imobilizando os ponteiros nas doze e trinta e um. Na mão do morto, uma caneta destapada parecia ter sido impedido de acusar o culpado. A arma, uma semi-automática que um dos «gangsters» disse ter perdido dois dias antes, estava caída sobre o tapete, com o cano voltado para a porta.

 

Sem os «gangsters» saberem como, na madrugada seguinte foram acordados pela polícia.

E só então, quando o inspector Franco abraçou Marcos Dias, os rapazes souberam que André era um jovem detective que se propusera deitar a mão àquela seita de delinquentes.

Momentos depois um cadáver e dez vivos desciam a encosta distribuídos por duas «Ramonas», enquanto outro veículo aguardava no alto do MONTE CARECA, os agentes que continuavam a permonorizada busca de objectos suspeitos.

 

PERGUNTA-SE:

– Que pensa o leitor deste caso? (descreva minuciosamente a sua conclusão)

 

SOLUÇÃO

© DANIEL FALCÃO