Autor Data 26 de Março de 1959 Secção Quem Foi? Competição III Torneio Policiário de Problemística
Policiária 2º Problema – 2ª Eliminatória Publicação Mundo de Aventuras [498] |
O MISTÉRIO DA ESTRÊLA APAGADA Mr. Jartur Naquele dia, Dulce Sameiro
não aparecera nos estúdios, e sabia-se que só a morte a afastaria das
filmagens da sua primeira película. Intrigado, o director da companhia cinematográfica colocou logo um detective na pista da vedeta, e o primeiro local das
investigações foi a vivenda de campo, onde era costume, todos os dias, após
as tarefas do cinema, a artista encontrar-se com seu noivo. Chegado ali, o detective tocou a campainha, e, ainda não tinha deixado
de premir o respectivo botão, quando a porta se
abriu e apareceu no limiar um rapaz alto e louro, que o investigador
adivinhou ser o noivo da estrela. Sem se dignar cumprimentar
quem lhe franqueava a entrada, Marcos Dias perguntou-lhe há quanto tempo não
via a menina Dulce. O interpelado, sem perder
tempo com dúvidas, afirmou que a não via desde a meia-noite do dia anterior,
ocasião em que a acompanhara a casa, no regresso de um espectáculo.
Passando ao quarto da
estrela, em parte desalinhado mas com a cama ainda bem feita, o detective interrogou de novo: – Sabe se ela passou a
noite cá em casa, ou se voltou a sair depois que a acompanhou até aqui? – Ao certo não sei – respondeu
o rapaz – mas desconfio que sim, porque tínhamos combinado que eu por aqui
passasse de manhã. Cheguei muito cedo, toquei várias vezes à campainha, e
como não fui atendido tive que me retirar, a menos que quisesse perder o
emprego. – Mas estas camélias foram
apanhadas hoje! – exclamou o investigador, tirando
da jarra que decorava um móvel, uma das flores encarnadas que se prendia num
grande caule. – Foram realmente! – respondeu o rapaz. – Fui eu que as apanhei ali no jardim,
pois Dulce gosta imenso delas, e eu queria que quando ela chegasse já a jarra
estivesse enfeitada. – E costrando uma arranhadela
junto de uma orelha, continuou: – Por causa disso me
feri, pois que ao ouvir o seu carro parar julguei que fosse o dela, e vim a
correr, pelo que caí na escada que vem do jardim. Marcos Dias pôs-se a andar
até à escadaria, de mármore, limpa e polida, e olhou o pequeno jardim, de
canteiros baixinhos e bem tratados. Atravessou, em poucas passadas, o
perfumado terreno, e, notando junto dum caminho arenoso as marcas de rodas de
automóvel, perguntou onde conduzia aquele carreiro. – Não tem saída – respondeu
ele. – Termina no «Salto da Louca>, um sítio muito lindo mas também muito
perigoso, várias vezes utilizado pelos «suicidas» da região… Com um pressentimento repentino,
o detective começou a seguir os rodados impressos
na areia. E do sítio onde as marcas terminavam, Marcos Dias divisou no fundo
do abismo a mancha brilhante do que fora um automóvel. No fio calmo do riacho, uma
cor horrível… vermelha… tingia a areia! PERGUNTA-SE: – No lugar do detective, que resolveria o amigo «sherlock»?
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© DANIEL FALCÃO |
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