Autor Data 1 de Março de 2007 Secção Publicação O Almeirinense |
LADRÃO QUE ROUBA LADRÃO… N. N. Tenho
na minha frente os três suspeitos do roubo na Ourivesaria Universal, cujo
proprietário é perito e negociante de diamantes raros, consequentemente, de
valores elevados. Tudo averiguado, visto, revisto e ponderado, não restam
dúvidas de que os larápios, também eles especialistas em diamantes, haviam
combinado e concretizado o roubo. Será supérfluo qualquer relato. Artur
Manhoso, Benjamim Levezinho e Tomás Ligeiro são os seus nomes, talvez falsos,
em todo o caso nomes. Dúvidas sobre a participação comum no roubo não
existiam; daí, a sua prisão, ainda que preventiva, para cumprir a lei. O caso
complica-se por existir, entre eles, um ladrão de ladrões. Explico: o que
ficara com a missão de guardar o fruto da gatunice achou mais fácil ou útil
ficar com tudo. Qual deles? Dois foram sócios em vários “negócios”; o
terceiro, de compleição atlética, cabelos negros, brilhantina a rodos,
dedicava-se – um dos seus talentos – a motorista de famílias ricas… nas horas
vagas, é claro! E fora este que Artur convidara em primeiro lugar para o
golpe. Benjamim e o ladrão eram louros naturais. Estas
as conclusões a que cheguei, para apurar quem era o
ladrão do ladrão. Não ia dar “cem anos de perdão”, como diz o provérbio, lá
isso não, porque ladrão de ladrão é duas vezes ladrão. Estão a seguir o
raciocínio? |
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© DANIEL FALCÃO |
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