Autor Data Outubro de 1983 Secção Clube Xis [15] Competição Iº Campeonatos Regionais de
Decifradores de Problemas Policiários e IIº Campeonatos Distritais de
Decifradores de Problemas Policiários 1ª Jornada Publicação Clube Xis |
Solução de: UM AZAR NUNCA VEM SÓ!... O Gráfico 1) – A morte
do jovem Joaquim Assunção foi provocada por ESTRANGULAMENTO e o assassino
utilizou como arma as suas próprias mãos. “…Os sinais mais vulgarmente apresentados
por um indivíduo estrangulado são os seguintes: a – Sulcos em volta do pescoço, normalmente em
cima da laringe, sem qualquer sinal de nó, por não existir. b – Face congestionada e com uma cor violácea. c – Língua projectada
para fora da boca. (O que não foi o caso do Joaquim) d – Marcas sanguíneas nos olhos, lábios, faces e
pescoço.” Extractos tirados de “CIÊNCIA E TÉCNICA POLICIAL” da
revista “XYZ-Magazine” Nº 4 de Maio/Junho de 1980 (pág.. 14). 2) – O
homicida foi o seu próprio irmão Pedro de Assunção. 3) – Este, ao
afirmar que estivera com o irmão ao meio-dia, iliba todos os outros suspeitos
que visitaram o irmão antes desta hora e incrimina-se assim a ele mesmo! Porque: 3.1. Tendo o Inspector Rodriguinho verificado que o corpo se
apresentava frio completamente arrefecido, por volta das 14h e 20m, mais ou
menos, então, conclui-se que a morte da vítima teria que ter ocorrido,
forçosamente e pelo menos, três horas antes em relação à hora em que foi
descoberto o cadáver. Só assim se justifica o arrefecimento do corpo. Logo,
Pedro de Assunção nunca poderia ter visto, pela última vez, o irmão ao MEIO-DIA!!! “…Para estar completo, o arrefecimento do
cadáver necessita de pelo menos três horas e nunca mais de oito…“ Extracto tirado de “CIÊNCIA E TÉCNICA POLICIAL” da
revista “XYZ-Magazine” Nº 3 de Março/Abril de 1980 (pág.. 18). 3.2. – As
manchas arroxeadas verificadas na parte superior do cadáver, às quais se dá o
nome de livores de hipóstase, é prova evidente de que o corpo para ali foi
levado e, portanto, sinal de que a morte ocorreu noutro local. O sangue que
provoca estas manchas arroxeadas, após a morte, tende a depositar-se nas
partes mais baixas dos corpos. Ora se as manchas são verificadas na parte
superior é sinal de que a posição da vítima foi mexida e que o cadáver após a
morte esteve durante muito tempo numa posição inversa aquela em que se
encontrava quando foi analisado pelo inspector. O aparecimento
dos livores de hipóstase só acontece nos corpos a partir de 4 horas após a
morte. Sendo assim, definitivamente se chega à conclusão que o crime ocorreu
por volta das 10 horas. É mais um pormenor que revela a contradição de Pedro
quando afirmou ter estado com o mano ao meio-dia. Pedro de
Assunção estrangulou o irmão com as suas próprias mãos (lembre-se que era
mais forte e mais alto) pelas 10 horas, mais ou menos e escondeu o corpo para
que ninguém o descobrisse. Deixou passar o tempo e por volta das duas horas
da tarde regressou a casa e preparou toda a cena, colocando a vítima no sofá
e chamando a polícia. O plano era
bom e o móbil do crime seria o facto de ficar com toda a fortuna deixada
pelos pais!! “…A importância dos livores de hipóstase é grande,
se atendermos a que através deles podemos determinar com segurança se o corpo
foi ou não deslocado da sua posição inicial. O aparecimento de um cadáver com
livores de hipóstase, na parte superior, indicar-nos-ia de imediato que a
parte que agora está para cima esteve, originariamente, para baixo!...“ Extractos tirados de “CIÊNCIA E TÉCNICA POLICIAL” da
revista “XYZ-Magazine” Nº 3 de Março/Abril de 1980 (pág.. 19). |
© DANIEL FALCÃO |
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