Autor

O Gráfico

 

Data

Não chegou a ser publicada!

 

Secção

Clube Xis

 

Competição

Iº Campeonato Nacional de Decifradores de Problemas Policiários e

IIº Campeonatos de Zona de Decifradores de Problemas Policiários e

IIIº Campeonatos Regionais de Decifradores de Problemas Policiários e

IVº Campeonatos Distritais de Decifradores de Problemas Policiários

1ª Jornada

 

Publicação

Clube Xis

 

 

Solução de:

ESTÚPIDOS, ASSASSINOS!!

O Gráfico

Solução apresentada por Zé

Mais um problema do “Gráfico”. Isto quer dizer que teremos um problema bem construído, mas, normalmente, com uma rasteira. Vejamos se será desta vez assim.

1 – O 1º pormenor que o Inspector Rodriguinho descobriu, provando de imediato que ali não acontecera nenhum suicídio, pode não ter sido um, mas mais do que um.

A saber:

a) Salta à vista que ali não houve nenhum suicídio porque não estavam presentes os indícios habituais. E que são, entre outros, a abundância de sangue derramado e (se o tiro é na cabeça) parte da massa encefálica e tecido ósseo arrancados e espalhados na área envolvente do corpo, em todas as direcções.

É evidente que esses vestígios ficaram no local do crime e no lençol que envolveu a vítima.

Como não sabemos o lapso de tempo, exacto, decorrido entre o tiro e a chegada da polícia, não sabemos se o sangue já teria deixado de correr.

De qualquer modo, mesmo que ainda corresse algum, seria muito pouco para um suicídio. É evidente que este pormenor não escapou ao Inspector Rodriguinho que, perante um cenário tão falso, nem precisou dos conselhos do seu fiel Lumafero…

b) A posição da arma. Não faz sentido que a arma esteja em cima da mão direita. Há casos, nítidos e provados, em que o espasmo faz contrair os músculos da mão e a arma fica bem segura na mão. Outros há em que a repulsão do acto (é o termo.) obriga o suicida a largar a arma, querendo desfazer-se dela. Porém… tarde… “trop tard”. Daí ela aparecer mais ou menos afastada do corpo.

Em cima da mão é que não é natural. Também o Inspector podia ter visto isto.

c) O problema é omisso quanto ao local de entrada da bala e a distância do tiro. Se, por hipótese, e devido à resistência do assassinado, o tiro não foi dado “em cima” da cabeça (isto é, com o cano encostado à têmpora) ou em local diferente do habitual, faltariam os sinais característicos do suicídio, o que levaria o Inspector a desmascarar tão grosseira mistificação.

d) Noite fria – Provavelmente o vestuário envergado pela vítima seria mais próprio para o exterior que para o interior. Ninguém se suicida de sobretudo ou “Kispo”, lógico.

2 – O segundo pormenor pode(m) também ser vários:

a) A cápsula. Obviamente que (e aqui está a “velha” rasteira do “Gráfico”) o revólver não ejecta cápsulas. A ejecção de cápsulas é característica das pistolas, não dos revólveres. Além disso, a cápsula colocada próxima do corpo nem estaria em estado de conservação correspondente ao facto de acabar de ser disparada. E até seria de um calibre qualquer, dada a total ignorância dos autores do crime.

Mas… a verdade é que o revólver não ejecta cápsulas e “That’s all”… Logo… mentira…

b) Prováveis vestígios no solo de presença no exterior (pegadas, terra, lixos, vegetação…), provenientes do transporte e estadia dos rapazes no local do crime (diferente do aparecimento do corpo).

E é tudo. É favor reparar que o autor pede 1 indício na 1ª e 1 indício na 2ª. Os meus estão todos certos. Se não coincidirem com os do autor, o problema é dele. Mas tenho a certeza que coincidem.

© DANIEL FALCÃO