Autor Data 29 de Abril de 1976 Secção Competição Prova nº 11 Publicação Mundo de Aventuras [135] |
MORTO NO PASSEIO… O Imortal Norton
Bastos, um homem entroncado de cerca de um metro e noventa de altura, ao
mesmo tempo bom profissional de hóquei em patins e, mais recentemente, jovem
político em evidência na cidade do Porto, jaz agora sem vida no passeio em
frente ao edifício de sua casa. Uma carreira prometedora cortada cedo e
brutalmente por uma bala assassina que lhe entrou pelo ombro e se alojou no
coração. Por mais insensível que seja a tais actos
de violência, você ficou deprimido pela absurda e trágica morte deste homem
de tão bom aspecto. Mais
tarde, quando você chegou à esquadra, o detective,
tenente Tom Larkin, estava a interrogar um
suspeito. Tom explicou-lhe o que aconteceu: –
Exactamente dois segundos depois de ter sido
disparado o tiro, um dos nossos homens de patrulha viu este indivíduo, que
diz ser Mark Pinto, a andar rapidamente através da multidão e atravessar a
rua correndo. Costuma ser jóquei de corridas de cavalos e, evidentemente diz
que nada sabe acerca do tiro. –
Juro-lhe que não – exclama Mark Pinto. – Só porque calhou eu passar por aqui,
não quer dizer que me possa incriminar. –
Então porque fugiu? –
Somente porque não gosto nada de ver pessoas mortas e, além disso, já estava
atrasado. Mark
Pinto limpa a testa com um lenço, levanta-se da cadeira, olha através da
janela, e acende um cigarro. Isto dá-lhe oportunidade de observá-lo, as suas
vistosas roupas, o seu colorido casaco «sport», o seu nó da gravata
azul-escura cautelosamente feito, os seus bons sapatos tipo «sport». Apesar
da baixa estatura, que deve rondar o metro e sessenta, o citado jóquei está
elegantemente vestido. –
Não tem mais nada a acrescentar? – pergunta-lhe
você. –
Absolutamente nada. Ouvi o tiro, como toda a gente ali em volta. Primeiro,
pensei que fosse o escape de um carro, depois, vi esse moço estendido no
passeio. Como lhe disse, não gosto de ver pessoas mortas por isso fugi. Você
dá voltas à cabeça e dirige-se ao tenente Tom Larkin: –
Parece-me que pode soltar este homem. Ele não pode ter matado Norton Bastos. Como
chegou a esta conclusão?
|
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|