Autor Data 31 de Maio de 1984 Secção Mistério... Policiário [422] Competição Torneio
“Dos Reis ao S. Pedro” - 84 Problema nº 6 Publicação Mundo de Aventuras [525] |
SUBJECTIVAMENTE… MAIS… UM CASO NA
NOITE Onil O advogado
Matos estava no seu escritório a ler um livro. Mal sabia ele que era o último
que lia… Uma porta
abre-se, rangendo ligeiramente… Um vulto projecta-se na parede, ao passar por
uma janela…. A porta do escritório abre-se e o advogado ainda se volta no
sofá, mas era tarde demais… Um golpe forte na cabeça e o advogado cai morto!
O vulto dirige-se para uma das paredes do escritório… Sobe a um banco e tira
um enorme e pesado quadro, deixando aparecer um cofre… Arromba-o silenciosa e
rapidamente e tira o que ele continha. Depois arruma o banco e sai do
escritório, silenciosamente, fechando a porta atrás de si… Uma hora
depois, estava já o inspector Saraiva com um ajudante e um médico legista, à
porta da mansão dos Matos. Uma enorme construção, antiga, de dois andares e rodeada
por um jardim, era o que o inspector Saraiva podia ver. Tocaram à
campainha e pouco depois, uma criada, de bata branca, veio abrir a enorme
porta… Apresentaram-se, e foram conduzidos ao “local do crime” e então cada
um deles foi ao seu trabalho… Depois das
investigações, chegou-se à conclusão de que: a) A morte
ocorrera entre as 0.30 e a 1.30, e fora causada por um objecto pesado; b) A morte
fora instantânea; c) A vítima
estava sentada no sofá, com a cabeça descaída para a direita; d) A vítima
tinha hóspedes em casa, que eram os principais suspeitos; e) A fechadura
do cofre não fora forçada, e fora roubada uma colecção de moedas de ouro e
jóias. O inspector
Saraiva interrogou os suspeitos um a um… D. Arlete – 50
anos, esposa do morto: – Eu estava deitada, mas não havia maneira de
conseguir adormecer. Então fui ao escritório ver se o Rogério, o meu marido,
precisava de alguma coisa. Bati à porta e como ninguém respondesse, entrei. Fui
até ao sofá onde ele se costuma sentar a ler, quando o vi, com a cabeça
descaída… estranhei, aproximei-me dele, e vi que estava morto. Quando me
acalmei, telefonei logo para si. Depois vi que o cofre estava aberto, e como
o Rogério nunca o deixava aberto, estiquei-me toda, olhei e dei pela falta
das jóias e das moedas. Felizmente estavam no seguro. Carlos Pires –
45 anos: Sou gerente de um banco Não, não conhecia o sr. Matos há muito
tempo. Entre a meia-noite e a uma e meia? Fui passear, a pé, ali para os
lados do mar, e só regressei ao meu quarto à uma da manhã, mais ou menos…
Quando cheguei não ouvi nem vi nada de anormal. Afonso Marques
– 42 anos: Neste momento, sou gerente de uma companhia de seguros. Já, já
conhecia o Rogério há muito tempo. Éramos muito amigos. Ele gostava muito de
me mostrar a sua colecção de moedas. Ora, entre a meia-noite e meia e a uma e
meia, estava no meu quarto, a ler. Não ouvi nem vi nada. Adalberto
Nunes – 51 anos: Sou proprietário de um hotel. Não somos amigos de longa
data. Até porque o sr. Matos e eu estamos ligados mais por razões de trabalho,
que por qualquer outra coisa. Não ouvi nem vi nada, até porque fui deitar-me
cedo. No dia
seguinte, o inspector “prende” uma pessoa… para declarações e interrogatórios
mais aturados… Claro! 1. Quem acha
que o inspector “prendeu”? 2. Explique
convenientemente as suas razões.
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© DANIEL FALCÃO |
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