Autor Data 2 de Julho de 1981 Secção Mistério... Policiário [317] Competição Torneio
“Dos Reis ao S. Pedro” Problema nº 12 Publicação Mundo de Aventuras [403] |
UM CASO NO ESCURO… Onut Na
sua terra natal, debaixo da frondosa sombra de um enorme plátano, o inspector Gomes estava um tanto ou quanto aborrecido; os
seus superiores haviam-lhe dispensado os serviços para descanso do seu idoso
corpo, mas o seu jovem espírito, depois de duas semanas de inactividade, já não suportava aquele ócio. Subitamente,
a sereia de um carro da polícia, interrompe-lhe os pensamentos… Apesar
da idade, corre rapidamente para o local onde o carro estacionou. Momentos
depois, já no local do crime, o chefe da polícia põe-no ao corrente do que se
passou: o melhor fotógrafo local havia sido assassinado na sua câmara de
revelação… Mais
tarde já na delegacia da polícia o inspector lê as
declarações dos dois suspeitos; ambos eram empregados da vítima, e
incriminavam-se um ao outro. Declarações
de José: – Eu encontrava-me com o sr. Sousa (a
vítima), a revelar umas fotografias, quando bateram
à porta; afastei o reposteiro negro e abri a porta que dá para o salão de
exposições; era o Luís, que entrou de pistola em punho, e desferiu um tiro
sobre o sr. Sousa que ainda se encontrava entretido
a revelar… Quando se preparava para fazer o mesmo sobre mim, saltei sobre ele
e tirei-lhe a arma, que caiu ao chão… Então, nesse momento, chegou o irmão do
sr. Sousa que interveio, mas, para minha surpresa,
começou logo a incriminar-me e a chamar-me assassino… Declarações
de Luís: – Eu estava no escritório quando, de repente, ouvi um tiro, na
câmara; corri imediatamente pelo salão e dei com o José, a preparar-se para
fugir; atirei-me e ele e tirei-lhe a arma… Estávamos ambos a lutar, quando
apareceu o irmão do sr. Sousa e interveio. Eu
apressei-me a contar-lhe o sucedido, mas então esse assassino (eu nunca
gostei dele pois não sabia nada de fotografia) começou logo a chamar-me
mentiroso e que tinha sido eu o assassino… –
Temos ainda aqui, as declarações do irmão do sr.
Sousa – interrompeu o chefe da polícia. O
inspector leu rapidamente as declarações daquele,
que confirmavam ambas as versões. –
Grande sarilho. Não podemos provar nada, pois a arma tem as impressões
digitais dos dois, visto ambos terem pegado nela durante a luta! – exclamou o sargento, que até ali nada dissera. –
Sim! Nesse ponto tens razão; mas apesar de saber improvisar rapidamente, o
assassino não foi muito inteligente, pois cometeu um erro muito grave… Pode
levar para mais declarações o… 1)
Quem levou? 2)
Porquê? (Explique convenientemente a sua opinião). |
|
© DANIEL FALCÃO |
||
|
|