Autor Data 9 de Setembro de 1976 Secção Competição Prova nº 1 Publicação Mundo de Aventuras [154] |
Solução de: A MENTIRA O Vampiro Solução
apresentada por Johnny Hazard 1
– Não! Quanto a mim, não são eles os culpados. 2
– Porque o Sr. Robinson no seu desejo mórbido de os acusar,
engendrou tudo muito bem, desde o soco no olho até ao treino nocturno que ele provavelmente sabia que os rapazes
fariam para a corrida de obstáculos, mas… esqueceu-se que DE NOITE TODOS OS
GATOS SÃO PARDOS!... a)
Calças vermelhas e sapatos castanhos não se distinguem de noite. Ou melhor
não se diferenciam… b)
Calças azuis escuras e camisa castanha idem, idem, aspas, aspas… c)
Se o outro tipo estava a 15 ou 20 metros de distância como o texto o diz, o sr. Robinson não o poderia ver… d)
E, se uma pessoa não se pode ver a essa distância muito menos se pode afirmar
o comprimento do cabelo!... Há,
ainda mais alguns pequenos pormenores que embora não cheguem a prejudicar a
opinião do detective EVANS, saltam contudo à vista
do leitor, como «coisas esquisitas»… e)
Mas que raio de hora eles foram escolher para treinar. Duas da manhã
imagine-se… f)
E então o treino de obstáculos seria a saltar as campas e as cruzes! Enfim,
pormenores do autor... SAIA UMA CRÍTICA! COMENTÁRIO por F. A. Tavares Na
generalidade, «A Mentira» parece-me um problema muito razoável, bem
estruturado na sua forma de conto policiário, com uma chave bem pensada,
embora um pouco descoberta, até pelo título, a sugerir que algumas coisas
estão em contradição, no texto. Constitui,
por outro lado, um autêntico teste de observação. Por
isso, e recorrendo às classificações propostas por Artur Varatojo, no «ABC
Policial N.o 2», considero que «A
Mentira» se pode apontar como exemplo de problema de contradição e de
observação. Passando
da generalidade para o pormenor, já alguma coisa de condenável aparece no
problema Em
primeiro lugar o título: penso que nos problemas policiais ou policiários, o
título, se for usado como parte integrante da chave, deve sê-lo no sentido de
encobrir e não de pôr sob a vista essa mesma chave. «A Mentira» facilita o
trabalho do solucionista que se põe logo à procura de qualquer coisa que os
intervenientes afirmam e que possa estar em contradição com o texto. Em
segundo lugar, a gramática: sou dos que ainda se preocupam com a gramática,
seja no que diz respeito à ortografia, seja no que diz respeito à sintaxe. O
Autor cuidou pouco a ortografia do texto. Em
terceiro lugar, há situações insuficientemente definidas como o grau de
escuridão, por exemplo, que levou alguns solucionistas a interpretar de modo
muito pessoal o texto proposto. Em
conclusão, um problema com algum mérito, um Autor que me parece dever continuar
a produzir, mas – é fundamental – a rever as suas produções com muito
cuidado, antes de as enviar para selecção e
publicação. |
© DANIEL FALCÃO |
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