Autor Data 17 de Dezembro de 1981 Secção Mistério... Policiário [334] Competição Torneio
“Dos Reis ao S. Pedro” Problema nº 9 Publicação Mundo de Aventuras [427] |
Solução de: ASSASSÍNIO PELO TELEFONE… Pais Pinto Solução
apresentada por Laurentino Branco 1
– O inspector prendeu o 2º criado. 2
– Considerarei neste caso, e de início, 4 suspeitos, de acordo com a teoria
de que todos os envolvidos o são, até prova em contrário, e excluindo a
hipótese de suicídio, em face da proposição do problema: o Inspector prendeu o assassino, logo, não pode ter havido
suicídio! Os
suspeitos serão, portanto: 1) A srª Matos; 2) A
esposa do 1º criado; 3) O 1º criado; 4) O 2º criado. Para
se saber quem teria cometido o crime procurarei saber de que modo foi ele
cometido: Pela introdução no meio do calmante que o sr.
Matos tomava por ordem médica diariamente, meia hora depois do jantar, de um comprimido
em tudo semelhante aos restantes, mas composto de um produto químico com a
propriedade de produzir a morte quase instantânea com sintomas semelhantes a síncope…
Foi o que aconteceu! Posto
isto, quem poderia ter introduzido o comprimido fatal na embalagem? Sabemos
pelo relato que a embalagem de 50 comprimidos estava pela metade; digamos,
antes, que em «cerca» de metade. Portanto, mais dia menos
dia, a embalagem terá sido encetada cerca de 25 dias antes, data em
que o casal de empregados nº 1 já fora despedido e, portanto, já não teria
tido (fácil) acesso à tal embalagem. Isto considerando que o criado tivesse
ainda interesse em cumprir a promessa de se vingar, ainda que fosse no
Inferno. Quer-me parecer que este criado só se poderá vingar de facto… no
Inferno! Ele e a mulher estão inocentes. A
srª Matos, a não ser que tivesse motivos de peso, e
que desconhecemos, pelo que considero irrelevantes, não deve ter sido a
assassina, por que: 1º, a voz que se ouvia pelo
telefone era masculina; 2º, ela própria ouvira chamadas telefónicas, tal como
o marido pois ela fala no plural e o marido não a desmente; 3º, o inspector prendeu o criminoso e não a criminosa e só dois
dias depois o conseguiu – dois dias depois, o que não aconteceria decerto se
o caso se passasse com a esposa da vítima. A srª
Matos está inocente e o tempo gasto foi o necessário para descobrir o
paradeiro do 2º criado, que será indubitavelmente, o culpado, e que teve as
razões e os meios para cometer o crime! Vejamos: Fora
despedido após violenta questão já que o ex-patrão tivera que o deter com o
auxílio de uma arma de fogo! Nestas condições não teria sido uma questão qualquer…
Tivera acesso à embalagem do medicamento, que estava habitualmente «dentro de
uma terrina que estava em cima da mesa» e que ele decerto saberia que o
patrão tomava pontualmente meia hora depois do jantar, e todos os dias.
Acresce que sabemos que a embalagem teria cerca de 25 comprimidos ainda, e o
criado fora despedido cerca de oito dias antes. Agora
o crime reconstitui-se facilmente: Depois de ter sido despedido, após a
violenta discussão com o patrão a quem ameaçara com uma pistola, enraivecido,
o criado imaginara rapidamente um plano de vingança e introduzira um
comprimido que ele sabia ser mortal (e igual aos outros) na sequência dos
calmantes e num número de ordem que ele conhecia, ficou a saber em que data o
patrão o ingeriria. Depois, telefonou diariamente aos ex-patrões dizendo-lhes
em que data o sr. Matos… tomaria o comprimido
mortal! (É o dizes!...) |
© DANIEL FALCÃO |
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