Autor Data 28 de Setembro de 2014 Secção Policiário [1208] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2014 Prova nº 7 (Parte I) Publicação Público |
Solução de: CRIME NO CENTRO COMERCIAL Paulo Para se tentar
chegar à conclusão de quem terá cometido o crime, há que analisar a questão
forense. Entre as 9 e meia
e as 13 horas o cadáver atingiu a rigidez cadavérica total. Existem várias
condicionantes para o estabelecimento da rigidez, entre as quais a
temperatura. Sobre o gabinete da vítima existe a informação de que a
temperatura era de 20º e que durante a noite não terá descido muito. Ou seja,
não existem condições climáticas extremas que condicionassem o
estabelecimento da rigidez. Em termos médios a
rigidez total nunca se estabelece antes de 12 horas. Como pouco depois das
nove e meia da manhã o rigor mortis estava
totalmente estabelecido, então: A - a morte teve
que ocorrer no final da tarde do dia anterior ou no inicio da noite. Esta hora para o crime
coloca a situação dos sms terem sido escritos
quando Adérito estava morto, logo: B – os sms não foram escritos por Adérito. Perante a
conclusão B, apenas resta a hipótese, uma vez que o telemóvel de Adérito foi
encontrado junto ao corpo, de que: C- os sms foram escritos pelo assassino. Também
considerando que após a entrada de Adérito no gabinete, ninguém mais entrou
naquela zona reservada a não ser os 3 directores
então: D- só um dos três directores pode ser o assassino. Outra conclusão
importante a retirar das informações recolhidas por Narciso Morais, após
verificar os conflitos existentes entre os suspeitos, é a de que: E – não existe
cumplicidade entre os suspeitos e o assassino agiu sozinho. Da análise das
gravações da câmara de filmar, não havendo ninguém nos gabinetes à hora em
que as mensagens foram enviadas, também se pode concluir que: F- quando os sms foram enviados, o telemóvel de Adérito tinha que
estar fora do gabinete, na mão do assassino. Após esta
conclusão, e sabendo que Rui Balboa foi o primeiro a entrar no gabinete da
vítima e logo depois a polícia: G-O telemóvel só
pode ter sido levado para dentro do gabinete por Rui. Logo, H- o crime foi
cometido por Rui Balboa. Chegados à
conclusão de quem foi o assassino, pode-se tentar estabelecer uma cronologia
dos actos do criminoso, que se enquadre nos factos
conhecidos. 1- Antes das cinco
horas, aproveitando algum momento em que os seus colegas não se encontravam
nos gabinetes, Rui Balboa entrou no gabinete de Adérito e matou-o. 2- A arma deveria
ter silenciador para prevenir que fosse ouvida e foi levada por Rui quando
abandonou o Centro Comercial. 3- Retirou o
telemóvel a Adérito e a chave do escritório, fechando a porta, para que
ninguém entrasse e descobrisse o cadáver. Assim se justifica que Francisco
tenha encontrado a porta fechada. Não se deve esquecer que não existem
condições para uma possível cumplicidade entre os dois. 4- Saiu, por volta
das cinco e meia. 5- De madrugada
enviou do telemóvel de Adérito as mensagens, de modo a assegurar-se que tinha
justificação para ser o primeiro a chegar, abrir a porta e colocar as chaves
e o telemóvel no casaco de Adérito. 6- De manhã entrou
no gabinete de Adérito e colocou a chave e o telemóvel no casaco dele. Para terminar este
caso de forma satisfatória para a justiça, competia agora a Narciso Morais,
após a análise feita que apontava para Rui Balboa como criminoso, diligenciar
as buscas e investigações necessárias que permitissem provar que Rui Balboa
disparou e pegou no telemóvel de Adérito. Deveria tentar ainda junto da
operadora de telemóveis verificar se seria possível detectar
de que área geográfica foram enviadas as mensagens e tentar colocar Rui
Balboa nessa zona. Não
seria também de excluir a investigação sobre o paradeiro da arma, com buscas
à casa de Rui Balboa. |
© DANIEL FALCÃO |
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