Autor

Paulo

 

Data

21 de Junho de 2015

 

Secção

Policiário [1246]

 

Competição

Campeonato Nacional e Taça de Portugal – 2015

Prova nº 4 (Parte I)

 

Publicação

Público

 

 

Solução de:

CRIME NA BIBLIOTECA

Paulo

 

As declarações de Donzília não se ajustam aos factos pelo que provavelmente será a assassina.

1 – Donzília diz que abriu a porta da biblioteca. Não sendo previsível que usasse luvas, por ser um quente dia de verão, teria deixado impressões na porta. No entanto não existem impressões no puxador.

Cláudio não deveria deixar impressões digitais pois encontrou a porta aberta e não precisou de mexer no puxador.

2 – Tendo Donzília visto o marido morto, e trazendo um livro na mão, foi primeiro arrumar o livro na estante. Estranho comportamento, nada adequado a quem acaba de encontrara o cadáver da pessoa com quem estava em casa, com indícios de ter sido assassinado.

3 – Donzília terá, por motivos não explícitos, assassinado Leonardo. Apesar de planear a acção, atribuindo o crime a um estranho que teria limpo as suas impressões digitais, esqueceu-se que para abrir a porta teria que deixar as suas no respectivo fecho.

Ao fazer limpeza demonstrou que não entrou na biblioteca da forma como descreveu.

4 – Como era boa atiradora, não teve dificuldade em disparar e teve mais de duas horas para fazer desaparecer a arma, num qualquer local longe de casa.

5 –Perto da hora em que sabia que o sobrinho regressaria, aguardou junto da biblioteca, tendo antes escolhido o título de um dos livros das estantes para justificar alguma ocupação na piscina.

6 – Seria possível não ouvir o tiro. Bastaria estar a dormir, e o local e a hora a isso se proporcionavam, e ficaria justificado o facto, pelo que esse não seria um factor que a incriminaria.

7 – Temos assim um facto objectivo na sua incriminação: ausência de impressões digitais dela no fecho da porta da biblioteca, e um facto subjectivo: A estranheza de ter a serenidade de arrumar o livro no seu lugar, quando encontrou Leonardo morto.

© DANIEL FALCÃO