Autor Data 12 de Junho de 2016 Secção Policiário [1297] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2016 Prova nº 5 (Parte II) Publicação Público |
O ASSALTO AO BOLO DE CHOCOLATE Paulo As festas de aniversário
das crianças são momentos de grande azáfama para os pais e imensa alegria
para os pequenos. A festa do meu filho Luís
não fugiu à regra. Convidou quatro amigos para casa, para entre os gritos
correrias e brincadeiras festejar o seu sétimo aniversário. Enquanto eles se davam à
liberdade de saltar entre os diferentes compartimentos e a umas corridas e
jogos no pequeno quintal, ia-se colocando uma mesa com algumas guloseimas
para o lanche. Havia uma tarte de morango, croissãs, folhados de maçã, um
bolo de chocolate e pão com passas. Cinco diferentes produtos para cinco
crianças todas com gostos diferentes. Mas… festa é festa, e se era para ter o
meu filho satisfeito, havia que ter também os seus amigos contentes,
ofertando-lhes as sobremesas de que mais gostavam. Ninguém se preocupava em
controlar o que a pequenada fazia, pelo que não me deveria ter surpreendido
quando entrei na sala onde decorreria o lanche e encontrei o bolo de
chocolate sem um pedaço, sendo bem visíveis as marcas dos dedos de quem
cometera o “assalto”. Quem teria sido? Sem ver
necessidade de recolher à recolha e análise de impressões digitais para
deslindar o caso, tentava na minha memória recordar quem vira entrar na sala
ou sair. Eram 20 minutos para as
quatro quando vi entrar o Luís, em corrida, escondendo-se de alguém. Ainda
lhe fui perguntar se tinha sido ele. Como é óbvio a resposta foi negativa,
mas neste caso, eu até já sabia que ele não gostava de chocolate nem
morangos. A Sofia com as suas tranças
era mais pequenita. De calções corria e passava por todos sem ser vista. Por
acaso eu vi-a sair da sala, mas claro que também disse, com a sua vozita
inaudível que não tinha sido ela. Ela, se visse passas à frente, já não
queria saber de mais nada. O Marco e a Raquel eram
irmãos. Eu vira-os a rondar a porta da sala, eram quase quatro horas. Também
disseram que não tinham disso, eles, até porque a Raquel era alérgica ao
chocolate. Havia ainda a Beatriz que
só não gostava de maçãs, ao contrário do Marco que era o único que gostava
deste fruto, e foi a primeira que eu vi aproximar-se da sala. Claro que não
valia a pena questioná-la sobre o assunto. Eu até já suspeitava de
quem fora o autor. Chamei as crianças todas. Coloquei-as em fila e mandei que
me mostrassem as mãos. Lá apareceram uns deditos achocolatados na criança que
tinha guardado para si a sobremesa de chocolate. Apenas tinha antecipado o
lanche. Está na altura de perguntar
a quem se destinava a sobremesa de chocolate, ou seja, quem fez o assalto ao
bolo de chocolate. A – O Marco B – A Raquel C – A Beatriz D – A Sofia |
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© DANIEL FALCÃO |
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