Autor Data 20 de Agosto de 2017 Secção Policiário [1359] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2017 Prova nº 6 (Parte II) Publicação Público |
Solução de: ASSALTO À LEILOEIRA Paulo Analisem-se
as declarações de Cláudio. O
vigilante afirma ter estado amarrado junto a um relógio de pêndulo deitado e
que apenas percebeu o passar do tempo pelo bater das horas do relógio. Esta
situação não é possível. Este tipo de relógio funciona pelo efeito da força
gravítica no pêndulo. Quando o relógio está deitado, o pêndulo não oscila e o
relógio não funciona, não podendo bater as horas. Cláudio
não pode estar a contar a verdade, pelo que deverá ser detido para
interrogatório. Quanto
às palavras ditas por Trajano, percebemos que ele abriu a porta do gabinete,
mexeu no computador e abriu a porta do armazém, mas nestes locais não há
impressões digitais. Como era uma noite quente, decerto Trajano não usaria
luvas, e se as tivesse usado para proteger provas decerto que o referiria nas
declarações. As
suas impressões teriam que obrigatoriamente surgir naqueles locais se ele
fizesse o que declarou. Ou seja, as impressões só foram limpas no gabinete
depois de ter comunicado o roubo e de ter ligado o computador, nunca antes de
ele ter chegado. Só podiam ter sido limpas por ele. Logo,
Trajano não conta a verdade e deverá ser detido para novo interrogatório,
como suspeito. Os
factos ter-se-ão passado da seguinte forma. Trajano,
Cláudio e provavelmente mais um ou dois cúmplices executaram o roubo. Às 22
horas e 17 minutos desligaram o computador e o sistema de vigilância.
Transportaram o relógio para o veículo e Cláudio e os cúmplices partiram para
largarem o produto do roubo em local seguro. Trajano
ficou nas instalações da leiloeira, aguardando que chegasse a sua hora de
entrar ao serviço. Limpou as impressões digitais do armazém e esperou no
gabinete até às 5 horas e 56 minutos, quando ligou o sistema informático e as
câmaras de vigilância. Limpou todas as impressões no gabinete e na porta
deste, tendo de seguida comunicado o roubo e ficado a aguardar as
autoridades, não tendo tocado em nada depois de ter limpo as impressões
digitais, contrariando as suas declarações quando diz ter tocado no puxador
da porta, no computador, e provavelmente noutros locais do gabinete. Quanto
a Cláudio e os cúmplices, deixaram o relógio em sítio seguro, que até poderá
ser longe da serra do Caldeirão, sendo este lugar usado apenas para despistar
os investigadores. Cláudio simulou o seu abandono no local onde foi
encontrado, embora, aparentemente, corresse o risco de ter que esperar muito
tempo por auxílio. Provavelmente poderia desamarrar-se sozinho, caso não
surgisse ninguém, e simular uma procura de auxílio numa qualquer localidade
próxima. Deste
modo a hipótese C é a correta, devendo Cláudio e Trajano ser detidos por
suspeita de participação no assalto. |
© DANIEL FALCÃO |
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