Autor Data 15 de Julho de 2012 Secção Policiário [1093] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2012 Prova nº 4 (Parte I) Publicação Público |
Solução de: MATARAM O TEJO! Penedo Rachado O
inspector Jau, pelas respostas dadas à sua
pergunta, pelos três suspeitos, depressa descobriu o envenenador e nós
também. Como
devem ter reparado, o inspector apenas perguntou a
cada um dos suspeitos a razão por que tinham morto o cão do pai, mas nunca
referiu como tinha ocorrido essa morte. Dois
dos suspeitos, o João das Cabras e Joaquim Ferrador, ilibam-se um ao outro.
Ambos declaram ter ido, juntos, naquela manhã ao mercado da vila próxima,
tendo voltado pouco depois do meio-dia. Ora
o ti Jacinto deu com o cão moribundo poucos minutos antes daquela hora.
Portanto, nem um nem outro podiam ter sido o autor da morte do Tejo. Claro
que a palavra dos dois só por si não os iliba. Quem nos diz a nós que não
estão ambos a mentir-nos? Enquanto os não podemos ilibar ou acusar
definitivamente, vamos analisar o depoimento do Zé da Quinta. Este
suspeito respondeu ao inspector, sem que nada o
justificasse, de modo agressivo. Claro que esse facto não é motivo para o
acusarmos. Ele podia estar irritado por ter encontrado a sede da Junta de
Freguesia já encerrada ou por, possivelmente, ter perdido ao jogo. Mas
ele vai mais longe e ele próprio nos diz ter sido ele o matador do Tejo. Como
já vimos, o inspector não revela o modo como
ocorreu a morte do cachorro e o Zé da Quinta afirma não ter envenenado cão
algum. Como
sabia ele que o cachorro tinha sido envenenado? Sabia por que fora ele
próprio quem o envenenara. Apesar disso, ainda assim ele pode estar inocente. Segundo
afirmação sua, ele saiu da tasca do Manuel dos Petiscos quando faltavam 10
minutos para o meio-dia. Tendo em conta que o Ti Jacinto chegou a casa um
pouco antes das 12 horas, o Zé da Quinta não teria tido tempo para envenenar
o Tejo. Mas por azar dele ou sorte nossa o ti Jacinto entrou com o filho na tasca
do Manuel dos Petiscos, para matarem a sede, e acabaram, quase por
casualidade, por serem informados que o relógio que o taberneiro tinha
pendurado sobre a porta se saída estava adiantado mais de 20 minutos. Ora os
20 minutos que o relógio estava adiantado mais os 10 que marcava somam 30
minutos e neste espaço de tempo o Zé da quinta tinha tempo para fazer o que
se propusera fazer naquele dia, matar o Tejo. Portanto,
o matador só podia ter sido o Zé da Quinta. A
questão ligada à Junta de Freguesia não deve ser levada em conta, pois há
juntas, especialmente rurais, que abrem ao sábado e outras não e como nós
ignoramos onde este caso teve lugar não podemos argumentar com essa
possibilidade. |
© DANIEL FALCÃO |
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