Autor

Peter Pan

 

Data

15 de Dezembro de 1977

 

Secção

Mistério... Policiário [144]

 

Competição

Torneio “Tertúlia Policiária do Palladium"

Problema nº 5

 

Publicação

Mundo de Aventuras [220]

 

 

Solução de:

LE PERROQUET

Peter Pan

Solução apresentada por Joe Sousa

1 – O criminoso será, quase com certeza, o terceiro suspeito.

2 – Claro que tudo parte da acusação proferida pelo papagaio, acusando directamente o primeiro suspeito… É evidente, é primário, que o papagaio nunca poderia ter dito aquilo que «disse»… Porque os papagaios que «falam» nada mais fazem do que repetir palavras ou frases que ouvem, independentemente do seu significado ou sentido. No caso em análise a frase atribuída ao bicho «Foi o que saiu o criminoso…» seria muito oportuna e muito a propósito se o pássaro fosse capaz de raciocinar, de construir frases e de as proferir na circunstância oportuna. Sabemos que não é assim. O papagaio teria aprendido muitas frases mas nunca aquela. Logo, não foi ele que a proferiu. Quem, então? Naturalmente o terceiro suspeito que esperava a vez de ser interrogado e se encontrava junto à porta, junto ao papagaio… Investigando a fundo descobrir-se-ia que o homem possuía dons de ventroloquia e que naquela altura imitou «a voz do papagaio» e colocou-se de forma a fazer crer que tinha sido o bicho a falar…

De resto um empregado ventríloquo numa loja que vende papagaios «falantes» é uma aquisição inestimável capaz de promover vendas em série… Não seria este o caso!

Mas, voltando ao que interessa, só o autêntico criminoso teria interesse em que as suspeitas incidissem sobre outro indivíduo.

Daí a sua intervenção.

Mas porque foi que à saída do narrador o papagaio se mostrou silencioso como um bacalhau?...

Teria havido já intervenção ventríloqua da primeira vez?

Tratar-se-ia de um outro papagaio ainda em fase de aprendizagem?

Como o autor não nos refere a presença de qualquer empregado no momento da primeira visita à loja, somos levados o concluir que o papagaio original, falava mesmo! Certamente vendido este, o dono requisitara um outro ao aviário… Seria o que lá se encontrava na manhã do crime ainda ignorante nos segredos da oratória… Ou teria sido trocado pelo criminoso, por necessidade da sua encenação e fugir a qualquer descuido… E não me parece que haja mais.

© DANIEL FALCÃO