Autor

Raul Ribeiro

 

Data

17 de Julho de 1980

 

Secção

Mistério... Policiário [277]

 

Competição

Torneio “Detective Misterioso"

Problema nº 17

 

Publicação

Mundo de Aventuras [354]

 

 

Solução de:

ISTO AINDA ACABA MAL!

Raul Ribeiro

 

Quem fizera desaparecer o diamante fora o Mabuse, de cumplicidade com o Durandal. Mas se bem nos lembramos, o Mabuse estava fora da sala na altura do desaparecimento…

Passemos à explicação pormenorizada:

Durandal lembrou-se que havia uma outra pedra com a cor exacta da do diamante de leite «Vac-I-Dor». Essa outra pedra, que se chama pedra ume ou pedra alumen, é utilizada pelos barbeiros para estancar o sangue que verte dos minúsculos cortas que inflingem aos clientes. Tem essa pedra a particularidade de se dissolver em líquidos quentes, tornando-os extremamente salgados….

 Aproveitando-se dessa particularidade, Durandal mandou fazer uma cópia exacta do diamante em pedra ume e depois de combinar com Mabuse os pormenores da partida que nos iam pregar, deu-lhe a imitação que Mabuse guardou no bolso do casaco…

Foi portanto o verdadeiro diamante que todos admiraram… Depois, se bem se lembram, quando o Mabuse se levantou para ir à casa de banho, Durandal pediu que lhe levasse o diamante ao mesmo tempo que desviava a atenção das pessoas para outro assunto e que surtiu o efeito pretendido: catalisar em si as atenções de todos os presentes para que Mabuse, durante o trajecto pudesse efectuar a troca do verdadeiro pelo falso diamante…

Quando Mabuse saiu, dirigiu-se ao quadro de electricidade e desligando a corrente eléctrica mergulhou a sala nas mais profundas trevas. Durandal, aproveitando a escuridão, deitou rapidamente a mão ao falso diamante e mergulhou-o no café excedente, onde este se dissolveu. A luz permaneceu apagada mais alguns segundos do que o necessário para não dar a impressão que só alguns dos presentes (os mais próximos do diamante) poderiam tê-lo feito desaparecer.

Mabuse tornou depois a ligar a luz e foi à casa de banho, onde escondeu o diamante. O diamante está portanto, fora da sala.

O que me possibilitou fazer esta solução foi o ter estado extremamente salgado, mesmo tendo sido adoçado com um pacote inteiro de açúcar. Foi então que me lembrei que já tinha lido uma coisa quase igual num conto do escritor português Francisco Afonso da Conceição Branco publicado no magazine português «O Gato Preto», em que intervinha a sua personagem D. Mafalda.

Nada mais.

© DANIEL FALCÃO