Autor

Repórter S.O.S.

 

Data

1 de Setembro de 2006

 

Secção

Mundo dos Passatempos [13]

 

Publicação

O Almeirinense

 

 

A MORTE ESTÁ AO VOLANTE

Repórter S.O.S.

 

O Inspector Cativo acompanhou o sargento Gil, do posto até ao local da tragédia – em plena estrada nacional X.

– Então, Sargento, deveras aflito, hem?!...

– Na verdade, inspector, é o caso mais intrigante que foquei em toda a minha vida – 12 anos de serviço activo!

Chegados ao local, Cativo viu um esplêndido Hudson, com a frente amachucada contra uma árvore, do lado direito da estrada. Ao volante, jazia um rapaz de pouco mais de quinze anos, já apresentando a cor térrea da morte.

O inspector observou tudo, minuciosamente. O pneu da frente do lado esquerdo tinha rebentado antes do embate, via-se claramente pelos vestígios deixados na estrada. Fora isso, certamente, a causa do sinistro. No entanto, Cativo estava apto a provar que houvera crime.

Pouco depois, o sargento informou também de que o Hudson ficara engatado em primeira.

Estava tudo a postos para removerem o corpo, quando foram informados de que alguém pedia para fazer declarações. Com a devida autorização, um indivíduo, que dizia chamar-se Lupe, expôs:

 Saibam V. Exas. que o pobre rapaz, morto tão tragicamente, é meu sobrinho, órfão de pai e mãe, de quem eu era a única família e tutor. Há dias que o ando a ensinar a conduzir e ontem saímos da cidade, para dar um passeio pelos arredores. A certa altura, o carro empanou e eu, deixando-o ao volante para dar umas acelerações, abri o capot do carro e observei o motor.

Resolvida a avaria, e quando fechava o capot, o carro arrancou e só tive tempo de saltar da frente do carro, dando um salto para o lado. O carro partiu em grande velocidade. Julguei que fosse partida do meu sobrinho, para me provar que já sabia guiar. Pensei que seria detido pela polícia e conduzido a casa, mas nunca julguei que passasse de um ligeiro aborrecimento. Infelizmente… Sim, senhores, soube da triste ocorrência.

Após a declaração do indivíduo, deu mais umas voltas e, pouco depois, dizia para o sargento:

– Já sei quem matou o rapaz. Foi este tipo, Lupe, e

– O quê? Este?

– Sim! Tu não descobres; também não faz mal!

– Vou fazer duas perguntas aos leitores de “O Almeirinense”, enquanto tu pensas.

 

E, agora, perguntamos nós:

Quais os dados em que Cativo se baseou para afirmar:

1 – Que havia crime.

2 – Que fora Lupe o assassino.

 

SOLUÇÃO (não publicada)

© DANIEL FALCÃO