Autor Data 12 de Março de 2006 Secção Policiário [765] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2005/2006 Prova nº 3 Publicação Público |
Solução de: A MORTE DO PLAYBOY Rip Kirby Antes de ser assassinado,
Godofredo Rodrigues de Sousa, enquanto falava com quem o ameaçava, talvez na
tentativa de ganhar tempo, referiu por várias vezes o nome de Cristina e
desenhou duas coroas. Isto iliba de imediato a Maria Rosa e confirma que o
crime só foi praticado depois das 13h30. O inspector
Eduardo Trindade que, perante aquele nome, esperava uma investigação rápida
depressa verificou que se enganava. Afinal as Cristinas, na vida de
Godofredo, eram sete. Contudo este ainda nos deixou outra pista, desenhando
duas coroas. A coroa é um símbolo de
realeza, nobreza, etc., etc…, pelo que, ao desenhar aquele símbolo, Godofredo
está a indicar-nos que a sua assassina é uma das Cristinas que tem como
apelido uma palavra que designa um título aristocrático. Das sete Cristinas
que encontramos, uma, a Olga Travassos, fica de fora desse grupo por não
possuir um apelido com qualquer designação desse género. Ficamos portanto com seis
Cristinas potencialmente suspeitas do crime mas mesmo neste ponto o Godofredo
deu uma ajuda ao desenhar duas coroas e não apenas uma. Procedendo assim, ele
indica-nos um plural o que nos leva para o apelido Reis. São duas as
Cristinas com o apelido Reis, portanto plural, mas esta particularidade está
também no próprio apelido. Reis é plural de rei. Isto elimina as Cristinas
Conde, Barão, Duque e Marquês. Ficam apenas duas possíveis culpadas. Clara
Cristina Reis de Carvalho e Maria Cristina Reis. Clara Cristina afirma que
se sentiu indisposta não tendo saído de casa nem tendo visto ninguém.
Portanto sem possibilidade de confirmar o seu álibi. Para agravar a sua
situação, a Cristina Duque diz que tentou ligar para ela mas não foi
atendida. Já a Maria Cristina Reis
parece ter um álibi imbatível. Às 15h30 estava em Olhão como atesta o talão do
posto de combustível onde abastecera o carro, mas… Há sempre um mas: Maria Cristina mente. Ela afirma que, em Olhão, foi a
uma agência bancária tratar de um assunto, mas o dia 16 de Junho é o dia
feriado municipal desta cidade, pelo que os Bancos se encontram encerrados. Possivelmente ela nem
entrou em Olhão. Viria de passagem e abasteceu o carro em algum dos postos de
abastecimento existentes na EN125 à entrada ou saída de Olhão. Se ela tivesse
estado na cidade, ter-se-ia apercebido que ali era feriado. Ora, se ela
mentiu é porque alguma culpa tem no cartório. Mas ainda se poderá colocar
a questão sobre a impossibilidade de ela se encontrar em Tavira a horas de
cometer o crime, sendo que é certo que às 15h30 ela estava mesmo à saída de
Olhão. No entanto, isso também pode ser rebatido. Entre Olhão e Tavira
medeiam 23 quilómetros, distância essa que pode ser percorrida em 15 minutos
sem velocidades exageradas. Podia portanto estar em Tavira a horas
condizentes com aquela apontada pelo médico legista como hora provável do
crime. |
© DANIEL FALCÃO |
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