Autor Data 8 de Setembro de 2013 Secção Policiário [1153] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2013 Prova nº 8 (Parte II) Publicação Público |
MISTÉRIO NA PRAIA Rip Kirby Era
uma praia maravilhosa algures em Portugal. Era um extenso areal de cerca de 2
Km, formando um amplo semicírculo de areia muito branca, lisa e limpa. Apesar
de todas estas particularidades era pouco ou nada frequentada. Havia quem lhe
chamasse a “Praia do Paraíso”! O
areal era rodeado de rochedos e densa floresta o que tornava o acesso à praia
bastante difícil e até perigoso por isso ela era tão pouco ou nada
frequentada. Os rochedos em cada uma das extremidades do areal entravam mar
dentro cerca de 5metros apenas ficando fora de água durante as marés de
Setembro. Através
da floresta havia uma vereda, quase desconhecida, que dava acesso à praia,
mas era muito perigosa devido à existência abundante de répteis venenosos. Praticamente
pendurada nos rochedos da ponta Norte da Praia estava uma robusta e bela casa
de madeira onde residia um antigo diretor bancário reformado. Mandara
construir a casa quando se reformara e viera para ali residir quando
enviuvara. Na
ponta Sul, também encavalitada nas rochas, havia uma cabana onde habitava um
velho pescador que subsistia graças aos produtos que retirava do mar e que
ali existiam em abundância e que ele ia vender à vila próxima, a um
restaurante, todas as manhãs. Certa
altura, depois de o velho ter passado três dias sem lá ter ido levar o
pescado o dono do restaurante participou o caso às autoridades competentes. A
Polícia Marítima deslocou-se à moradia do velho pescador e ao chegar lá
constatou que o velho tinha sido assassinado com uma facada na garganta que
quase o degolara por completo. Entregue o caso à judiciária esta entrou em
ação tendo em primeiro lugar interrogado o antigo bancário. Perguntaram-lhe
se ele tinha visto o pescador. –
Não, quase nunca o vejo, eu vim para aqui para ficar isolado do mundo por
isso não procuro companhia o que não significa que umas vezes por outras não
vá até lá à cabana conversar um pouco com ele. Agora já há uns dias, talvez
uma semana que não vou lá. Quando preciso de alguma coisa o meu filho vem cá
trazer-me. –
Sempre se demora aqui um pouco, mas vai-se embora depressa para evitar que o
barco dele fique em seco. –
Às vezes vem por aqui um jovem numa moto de água e quando me vê na praia
sempre vem falar comigo. Chama-se Aguiar de Oliveira, é estudante de biologia
e as nossas conversas versavam sempre esse tema. Depois
deste interrogatório a polícia esquadrinhou todos os recantos da praia
incluindo a vereda que lhe dava acesso onde não foram encontrados sinais
recentes da passagem de alguém. Na
extremidade Sul da praia foram encontradas pegadas que dos rochedos se
dirigiam na direção da cabana do pescador e desta para os rochedos. Galgando
os rochedos a polícia, depois de caminhar sobre estes cerca de um Km foi até
à parte sul destes tendo voltado aí a encontrar pegadas semelhantes às que
viram perto da cabana. Havia também o sinal evidente de que ali havia sido
estacionada uma moto de água. Segundo
o legista o velho teria sido morto 4 dias antes cerca das 16 horas. Antes não
porque essa era a hora a que habitualmente ele voltava a casa de regresso da
vila. Na
cabana que apresentava sinais de ter sido revolvida não foram encontrados
quaisquer valores assim como nas roupas do velho. Na
vila a Judiciária interrogou o filho do antigo bancário e o estudante de
Biologia. O primeiro disse que quando ia à praia era só para levar produtos
que o pai lhe pedia via rádio. Nunca se demorava lá muito porque o barco dele
era muito pesado e ele não podia arriscar-se a que ele tocasse em seco. Aguiar
de Oliveira respondeu que quando ia para a “Praia do Paraíso” era sempre com
a intenção de falar com o Bancário. Ele tinha bastantes conhecimentos de
Biologia e sempre o ajudava bastante. Quando não o via
dava uma volta ou duas por ali e voltava á vila. Interrogado
se conhecia alguém que tivesse uma mota de água ele indicou um indivíduo
conhecido p’lo “Pica-Pau”. O “Pica-Pau” conhecido
pela sua dependência de drogas afirmou: –
Há mais de uma semana que não ia para a “Ilha do Paraíso” e muito menos para
a extremidade Sul da praia. Pergunta-se,
o assassino foi: A
– O Bancário; B
– O filho do Bancário; C
– O Aguiar de Oliveira; D
– O “Pica-Pau”. |
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© DANIEL FALCÃO |
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