Autor Data 11 de Maio de 2014 Secção Policiário [1188] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2014 Prova nº 4 (Parte II) Publicação Público |
MISTÉRIO EM NOITE DE LUAR Rip Kirby Era
uma formosa noite de Janeiro. Estava frio, é verdade, mas no céu não se via
uma nuvem e lá no alto, embora já se aproximando do Ocaso, a Lua Cheia
iluminava a Terra com a sua luz pálida. Cerca
das 05h00m da madrugada, mais minuto menos minuto, alguém, não identificado,
telefonou para a esquadra de Polícia informando que em determinado andar de
um prédio situado em certa rua tinha acontecido um crime. O informante disse
que ouvira um tiro. Chegado
ao local o piquete da Polícia, depois de tocar a campainha e não obtendo
resposta, resolveu arrombar a porta. Efectivamente
foi encontrada uma jovem estendida no chão, entre um sofá e uma mesa de
centro, tendo no temporal direito o ferimento provocado por uma bala. A arma
usada, uma pequena bareta havia sido atirada para
debaixo de um móvel. Sobre a mesa, atrás referida, encontrava-se um balde com
pedras de gelo já meio fundido e uma garrafa de champanhe aberta com o
conteúdo intacto. Havia também dois copos próprios para o consumo da bebida
referida. O
tiro fora disparado de muito perto pois o ferimento, além de outros sinais
característicos dessa circunstância, tinha os bordos queimados e sinais de
pólvora. O derramamento de sangue, devido à cauterização do ferimento, não
tinha sido muito grande. A
vítima envergava roupas caras, mas bastante ousadas. Nas costas de um sofá
repousava, como que atirado para ali ao acaso, um casaco de peles. Junto do
casaco estava uma bolsa no interior da qual foram encontrados os documentos
da vítima. Tratava-se de uma cidadã mexicana de nome Marga Romero que
trabalhava como stripper num clube noturno da cidade. Tão
depressa quanto foi possível a Polícia iniciou as investigações. No clube,
onde trabalhava a jovem, informaram que ela havia saído do estabelecimento
pouco depois das 04h30m. Saíra sozinha, mas o porteiro informou que na rua
alguém a esperava num carro. Ainda, por informações obtidas no clube,
soube-se que a jovem naquela noite confraternizara com quatro clientes já
bastante conhecidos cujos nomes foram fornecidos. Ainda não eram dez horas já
a polícia havia interrogado os quatro indivíduos sinalizados. Amílcar
Cardoso, técnico de informática, declarou ter saído do clube com o seu
vizinho e colega de trabalho cerca das seis horas da madrugada. Saíram tão
tarde, ou cedo, porque era Sábado e não iriam trabalhar. Óscar
Afonso, técnico de informática tal como o seu vizinho, confirmou as
declarações do seu colega. António
Fonseca, Inspetor aposentado da PJ, actualmente
trabalhando como detective particular. Convidou os
investigadores a entrarem. Disse que de facto estivera no clube naquela
noite, mas tinha saído cedo, cerca das 04h30m. Até tinha trazido de lá uma
garrafa de champanhe pois pensava em telefonar a uma garota para lhe ir fazer
companhia, mas não conseguira contactar com ela. Acabara por não beber o
champanhe e ficar sozinho. Enquanto
um dos agentes recolhia as declarações o outro deu uma volta pela casa que
até nem era muito grande, um quarto, uma cozinha e uma saleta de entrada.
Este agente informou mais tarde o colega de que não tinha visto nada de
anormal, nem sequer qualquer sinal de bebidas alcoólicas. José
Jeremias conhecido por “O Morcego”, não tinha profissão conhecida, mas nunca
lhe faltava dinheiro. Irritado com o interrogatório afirmou desabridamente,
que saíra do clube era já quase dia. Normalmente era sempre o primeiro
cliente a entrar e o último a sair. Todas
estas declarações foram confirmadas pela gerência do Clube. O
médico legista que, contra o que é habitual, compareceu no local do crime
pouco depois da chegada da polícia, depois de examinar a vítima, afirmou que
a morte deveria ter ocorrido bastante perto da hora a que foi dado o alarme
pois o corpo ainda não se encontrava frio. Depois
destas investigações a polícia depressa concluiu quem tinha sido o assassino.
E os meus amigos quem acham que foi? A
– José Jeremias B
– Amílcar Cardoso C
– António Fonseca D
– Óscar Afonso |
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© DANIEL FALCÃO |
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