Autor Data 15 de Março de 2015 Secção Policiário [1232] Competição Campeonato Nacional e Taça de
Portugal – 2015 Prova nº 1 (Parte II) Publicação Público |
Solução de: UM CRIME NO ALENTEJO Rip Kirby Alínea
C – O assassino foi o Vítor. No
meu quarto, junto da minha cama, existe um relógio do tipo do usado neste
problema. Uma
noite destas, ao entrar no quarto, vi o mostrador a piscar e isso deu-me a
ideia para este problema. Contudo tenho uma vaga impressão de que a ideia não
é inteiramente original, mas actualmente quase que
é impossível encontrar algo que seja verdadeiramente original. As
velas, meio consumidas, sobre a secretária no posto da GNR
fazem-nos pensar que naquele dia aconteceu um corte na corrente eléctrica na rede da zona. Essa convicção mais se acentua
quando ao chegarmos ao quarto da vítima vimos o relógio eléctrico
com o mostrador piscando, o que é sinal de que a energia faltou. Não
é vulgar um posto da GNR ser iluminado por velas pelo que é de acreditar que
as velas que lá vimos por altura do telefonema eram novas quando lá foram
colocadas. Como vimos, elas estavam meio consumidas, o que indica que elas
estiveram acesas durante cerca de duas horas. O mostrador do relógio piscando
no quarto da vítima marca 00:40, o que significa que a corrente eléctrica voltou 40 minutos antes. Considerando
o tempo calculado que as velas no posto da GNR
estiveram a arder e a hora marcada no relógio, concluímos que o corte de
corrente teria durado cerca de duas horas – o que é confirmado pela
Fulgência, que não serviu o chá às 17h00, como de costume, por isso não ser
possível. Naturalmente por estar às escuras. Em Dezembro num dia de temporal
às 17 horas praticamente já é noite. Esta
explanação tem por finalidade apenas justificar a resposta certa. Leonardo
respondeu que desde as 16h00 estivera na varanda observando a fúria da
natureza. Pode parecer uma resposta descabelada, mas eu muitas vezes, quando
tenho oportunidade, faço isso, pelo que considero uma resposta aceitável. Na
verdade, uma tempestade, embora perigosa, é digna de ser admirada. Paulo
afirmou que tinha chegado a casa cerca das 17h00 e já chovia a bom chover.
Tomou um banho e vestiu-se como nós o vimos. A roupa molhada, no quarto de
banho, é a confirmação daquilo que ele diz. Claro que isto não seria
impeditivo para que ele fosse o autor do crime, mas como não temos nada mais
evidente deixamos este suspeito em suspenso. Não
encontramos qualquer motivo para acusar a Fulgência, mas tal como no caso anterior
também nada impede que ela tenha a sua própria culpa. Finalmente
o Vítor, que afirma ter estado toda a tarde a fazer um trabalho no
computador. Como vimos, no quarto dele há um computador de secretária que
precisa de energia eléctrica para trabalhar. Portanto,
não havendo energia desde perto das 17h00, concluímos que Vítor está a
mentir; logo, a solução certa deste problema encontra-se na alínea C — O
assassino foi o Vítor. |
© DANIEL FALCÃO |
|
|
|