Autor Data 4 de Dezembro de 1948 Secção Publicação O Século Ilustrado – nº 570 |
O INSPECTOR LORRIMER CONTA UMA HISTÓRIA… Roussado Pinto O
Inspector Lorrimer levantou-se da cómoda cadeira em que estava instalado e foi
buscar uma revista que repousava sobre a mesa central da biblioteca. -
Bem, Still, para começarmos o nosso serão, vou-lhe ler um problema publicado
neste jornal, bem urdido, e para os bons observadores. -
Venha ele! – exclamou o jornalista, afundando-se mais no «maple», enquanto
atirava para o ar, voluptuosamente, densas nuvens de fumo arrancadas ao
cigarro. -
Preste atenção. – e o inspector começou a leitura. - «No Quartel dos Serviços Activos da Aviação,
tinha terminado a hora para almoçar, e o clarim tocou «a reunir». Logo de
todos os cantos da vasta «parada» surgiram soldados que rapidamente formaram
em frente ao gabinete do «oficial de dia». Quarenta segundos depois, toda a
guarnição do quartel estava presente. Um oficial aproximou-se, passou um
breve olhar pelos homens e comandou: -
«Companhia… Sentido» - e logo a seguir: - «Esquerda… volver!» - E a concluir:
- «Ordinário… marche!». Todos os pés direitos avançaram num alinhamento
impecável e a marcha iniciou-se, na direcção do campo de treinos. «Não
tinham dado mais de duzentos passos, quando um dos soldados gritou: «Meu
capitão… o 4088 desmaiou!» O oficial viu de relance o acontecimento e
interveio: - «Companhia… alto!» - Imobilizaram-se os homens, enquanto aquele
corria para verificar a origem de tão súbito acidente. «Mandou
chamar o médico, que não tardou a chegar, e que, depois de observar o soldado
inanimado, diagnosticou: «Comida em excesso… congestão. É melhor levá-lo para
a enfermaria». A ambulância, que chegava nesse momento, levou o glutão e a
«companhia» voltou a marchar. Que me diz ao problema, Lee Still? Qual o
absurdo que existe? -
Fácil, inspector, quase infantil! – respondeu o jornalista. O absurdo é… -
Não diga mais, não diga mais, amigo… - interrompeu Lorrimer. – Deixe os
leitores de «Século Ilustrado» decifrarem o problema… PERGUNTA: E
que tal, leitor: sabe dizer qual o absurdo da história? |
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© DANIEL FALCÃO |
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